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Evento incentiva pessoas com deficiência a ingressar no mercado de trabalho

28/09/2015
Evento incentiva pessoas com deficiência a ingressar no mercado de trabalho
Presidente da Associação de Apoio e Promoção de Pessoas com Deficiência e Idosas de Alagoas, José Roberto Neves alerta que pessoas com deficiência precisam ter coragem para lidar com suas limitações (Foto: Adailson Calheiros)

Presidente da Associação de Apoio e Promoção de Pessoas com Deficiência e Idosas de Alagoas, José Roberto Neves alerta que pessoas com deficiência precisam ter coragem para lidar com suas limitações (Foto: Adailson Calheiros)

Josinaldo da Silva tem dificuldade para movimentar o lado direito do corpo. A deficiência é de nascença, mas se agravou quando sua mãe faleceu, há seis meses. Ele tem 27 anos e nunca trabalhou, mas esteve presente no Dia D da Inclusão Social e Profissional da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho Formal para, quem sabe, ter uma oportunidade de emprego.

Pessoas como Josinaldo estiveram na última sexta-feira (25) na Casa do Trabalhador Autônomo, no bairro de Jaraguá, e fizeram um cadastro junto à Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego (Sete) para tentar ingressar no mercado de trabalho formal. Josinaldo, por sua vez, deseja trabalhar numa loja de sapatos, por gostar do ramo e por achar que, trabalhando com vendas, vencerá sua timidez.

Instituições que trabalham com pessoas com deficiência realizaram intermediações entre estes cidadãos e as empresas que têm vagas abertas para eles. Além disso, no Dia D houve palestras, oficinas e orientações foram prestadas a todos os presentes, tirando dúvidas e mostrando que todos são capazes de contribuir com o funcionamento de qualquer organização.

Para Nadja Bulhões, gerente de Recursos Humanos de uma empresa de engenharia em Maceió, havendo interesse de ambas as partes, não existem dificuldades na contratação de pessoas com deficiência.

“Às vezes o que é complicado é encontrar alguém que se encaixe no perfil que nós precisamos, mas estamos sempre em contato direto com as instituições, realizamos capacitações dentro da empresa, e preparamos bem o ambiente para que o funcionamento do trabalho seja o melhor possível e que o trabalhador com deficiência se sinta à vontade para exercer seu serviço”, afirmou Nadja Bulhões.

Pela primeira vez na história, Alagoas dispõe de uma Superintendência da Pessoa com Deficiência, que garante a união de todas as instituições que trabalham com esses indivíduos e dá o respaldo que o Governo deve garantir.

A secretária-adjunta da Mulher e dos Direitos Humanos, Rita Mendonça, afirma que o órgão tem enfrentado barreiras no acesso às pessoas com deficiência, o que prejudica a eficácia das ações planejadas. Segundo ela, todas as dificuldades enfrentadas por essas pessoas são historicamente sanadas por instituições ou associações não governamentais. Isso porque os governos anteriores nunca se interessaram em tomar para si a responsabilidade que lhes cabe. Hoje, quando finalmente o interesse do poder público surgiu, as instituições não se sentem à vontade para entregar seus bancos de dados.

“A gente não chega até a pessoa. Precisamos criar um ciclo de confiança com esses entes todos: o terceiro setor, o Governo e o empresariado. Essa é uma das nossas lutas atuais”, declarou a secretária. Com isso, todo o processo de inclusão é facilitado.

O presidente da Associação de Apoio e Promoção de Pessoas com Deficiência e Idosas de Alagoas, José Roberto Neves, declarou que, acima de tudo, as pessoas com deficiência precisam ter coragem para lidar com suas limitações e para enfrentar o mercado, entendendo que não são inferiores a quem quer que seja.