A brasileira Teliana Pereira é a grande campeã do Brasil Tennis Cup 2015, realizado entre os dias 25 de julho e 1 de agosto, nas quadras de saibro do Costão do Santinho Resort, em Florianópolis. A entrada para o público foi gratuita e contou com transmissão ao vivo do Bandsports.

Com a quadra central totalmente lotada, a número 1 do Brasil derrotou a alemã Annika Beck por 2 sets a 1, com parciais de 6/4 4/6 6/1, em 2h36 de partida, para conquistar seu segundo título de WTA na carreira. O primeiro aconteceu em Bogotá, na Colômbia, em abril deste ano.

“Eu não tenho palavras para descrever o que estou sentindo agora. Foi uma semana incrível. Cheguei aqui e nem sabia se iria jogar, estava com o joelho muito ruim e não estou acreditando que consegui essa vitória. É o melhor ano da minha vida, estou vivendo um sonho”, contou Teliana, muito emocionada.

“Fico feliz muito feliz. Minha família tem uma história muito bonita, de onde a gente saiu, tudo que a gente conquistou, que a gente batalhou. Estou muito feliz. Passei por momentos muito difíceis, lesões. Para voltar a jogar, foi difícil”, continuou.

Além de sua origem humilde, Teliana conquistou os torcedores brasileiros por sua postura aguerrida e vibrante em quadra. E ela não esconde que gosta de ser chamada de guerreira.

“Se tem uma coisa que me identifico muito é quando me chamam de guerreira. Esta palavra me descreve. Sei que não tenho a melhor direita, a melhor esquerda, mas me considero privilegiada por ter essa característica. Luto até o final, nunca desisto”, conta.

Sobre a final, Teliana comentou a mudança de postura no terceiro set, em que ficou mais agressiva e conseguiu controlar a adversária até liquidar a partida em 6/1.

“Foi muito duro. Eu estava super cansada, já faz dois ou três dias que estou gripada. Hoje acordei pior. Os pontos estavam muito longos e não estava aguentando mais correr muito. No terceiro set, sabia que tinha que tomar uma decisão: não pensar no cansaço, nas dores ou as coisas iriam escapar. Fui mais agressiva, consegui controlar o jogo sendo agressiva. Foi duro, estava ventando bastante mas consegui sair com a vitória”, analisou.

Teliana quebra um jejum que durava 28 anos. A última brasileira a conquistar um torneio deste porte no Brasil foi a gaúcha Niege Dias, em 1987, quando levantou a taça do WTA do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo.

A pernambucana atingirá o melhor ranking de sua carreira, como 48ª. Ela entrará no grupo das 50 melhores tenistas do mundo, se tornando a terceira brasileira melhor posicionada da história, atrás apenas de Niege Dias (31ª) e Maria Esther Bueno (29º).

“Estou super feliz. Estou realizando todos os meus sonhos. Queria terminar entre as 50 melhores, o ano ainda não acabou. Mas só o fato de já ter entrado, não tem o que reclamar. Não pode criar expectativas, porque isso frustra. Mas essa semana foi incrível. Agora vou voltar para casa, descansar e curtir demais”, finalizou Teliana.

Apesar da derrota, a alemã Annika Beck ficou bastante satisfeita com sua campanha. Ela conquistou seu primeiro título de duplas na WTA e teve a oportunidade de jogar na quadra central lotada.

“Foi uma boa semana. Venci meu primeiro título de duplas e atingir a final de simples significa muito para mim. Hoje foi difícil, eu sabia que a torcida iria apoiá-la, especialmente no terceiro set em que eles deram muita força para ela”, afirmou.

Na sexta-feira, Beck fez jogo longo contra a americana Bethanie Mattek-Sands válido pelas semifinais e, na sequência, disputou a decisão de duplas. A atleta europeia disse que teve pouco tempo para se recuperar bem fisicamente.

“Ontem foi um dia muito duro para mim. Talvez eu não tenha tido tempo suficiente para me recuperar bem para final, mas foi uma grande final, com bom nível de tênis. Quero parabenizar a Teliana novamente, ela jogou muito bem no terceiro e durante toda a semana, é por isso que ela merece o título”, finalizou.