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Relator pedirá dados da CPI dos Correios para investigar fundos de pensão
Comissão responsável por aprofundar as denúncias feitas pelo então deputado Roberto Jefferson sobre pagamento de mesada para deputados da base, a CPI dos Correios terá parte de seus dados reutilizados. O relator da CPI que investigará supostas fraudes em fundos de pensão, Sérgio Souza (PMDB-PR), diz que pedirá alguns dados daquele relatório. Instaurada em 2005, a CPI dos Correios teve uma subrelatoria específica para atividades relacionadas a fundos de pensão. São esses dados que Souza pretende usar.
“Vamos pedir para que seja juntada cópia do relatoria da CPI dos Correios no nosso procedimento para que dali também a gente possa utilizar alguns elementos”, diz Souza. “Não tenho aqui argumentos nesse momento para dizer se tem ou não uma ligação direta (entre as duas CPIs), mas um dos fundos é o dos Correios, o Postalis, que vai ser investigado. Então, lógico que pode ter envolvimento direto”, acrescenta ele.
A CPI dos Fundos de Pensão pretende investigar quatro fundos ligados a empresas estatais: Petros (Petrobras), Postalis (Correios), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil). Segundo estimativas do relator, esses quatro fundos seriam responsáveis pela gerência e movimentação de R$ 400 bilhões. Desde 2005, durante as investigações da CPI dos Correios, há a suspeita de que esses fundos sejam usados de forma ilegal para desvios cuja finalidade seria, entre outras coisas, o financiamento partidário e eleitoral.
Dado o tamanho do montante de dinheiro a ser investigado e a complexidade das operações financeiras que envolvem esses fundos, o relator diz que pretende contratar uma consultoria privada para auxiliar os trabalhos da CPI, a exemplo do que fizeram os deputados na CPI dos Correios.
Souza admite que pedirá ajuda de órgãos estatais como Comissão de Valores Mobiliários, Tribunal de Contas da União e o Banco Central. “Entendemos que não é o suficiente. Precisamos de alguém especializado e estou sugerindo à comissão para que tenha autorização da Casa para a contratação de uma dessas consultorias”, declara Souza.
Souza comentou o aspecto político que envolve a CPI. O PT reclamou bastante por ter sido preterido dos cargos de gestão da comissão. Não pode indicar nem o presidente e nem o relator do grupo. Para Souza, isso é reflexo de uma conjuntura específica. “O PT vai perdendo espaços e é normal isso. No momento em que há uma queda na popularidade do ícone maior do seu partido, que é a presidente Dilma (Rousseff), outros partidos começam a crescer. O Parlamento conquistou uma independência e uma autonomia nos últimos anos que não víamos há décadas”, diz ele.
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