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Relator pedirá dados da CPI dos Correios para investigar fundos de pensão

18/08/2015
Relator pedirá dados da CPI dos Correios para investigar fundos de pensão

Sérgio Souza, relator da CPI dos Fundos de Pensão (Foto: Divulgação)

Sérgio Souza, relator da CPI dos Fundos de Pensão (Foto: Divulgação)

Comissão responsável por aprofundar as denúncias feitas pelo então deputado Roberto Jefferson sobre pagamento de mesada para deputados da base, a CPI dos Correios terá parte de seus dados reutilizados. O relator da CPI que investigará supostas fraudes em fundos de pensão, Sérgio Souza (PMDB-PR), diz que pedirá alguns dados daquele relatório. Instaurada em 2005, a CPI dos Correios teve uma subrelatoria específica para atividades relacionadas a fundos de pensão. São esses dados que Souza pretende usar.
“Vamos pedir para que seja juntada cópia do relatoria da CPI dos Correios no nosso procedimento para que dali também a gente possa utilizar alguns elementos”, diz Souza. “Não tenho aqui argumentos nesse momento para dizer se tem ou não uma ligação direta (entre as duas CPIs), mas um dos fundos é o dos Correios, o Postalis, que vai ser investigado. Então, lógico que pode ter envolvimento direto”, acrescenta ele.
A CPI dos Fundos de Pensão pretende investigar quatro fundos ligados a empresas estatais: Petros (Petrobras), Postalis (Correios), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil). Segundo estimativas do relator, esses quatro fundos seriam responsáveis pela gerência e movimentação de R$ 400 bilhões. Desde 2005, durante as investigações da CPI dos Correios, há a suspeita de que esses fundos sejam usados de forma ilegal para desvios cuja finalidade seria, entre outras coisas, o financiamento partidário e eleitoral.
Dado o tamanho do montante de dinheiro a ser investigado e a complexidade das operações financeiras que envolvem esses fundos, o relator diz que pretende contratar uma consultoria privada para auxiliar os trabalhos da CPI, a exemplo do que fizeram os deputados na CPI dos Correios.
Souza admite que pedirá ajuda de órgãos estatais como Comissão de Valores Mobiliários, Tribunal de Contas da União e o Banco Central. “Entendemos que não é o suficiente. Precisamos de alguém especializado e estou sugerindo à comissão para que tenha autorização da Casa para a contratação de uma dessas consultorias”, declara Souza.
Souza comentou o aspecto político que envolve a CPI. O PT reclamou bastante por ter sido preterido dos cargos de gestão da comissão. Não pode indicar nem o presidente e nem o relator do grupo. Para Souza, isso é reflexo de uma conjuntura específica. “O PT vai perdendo espaços e é normal isso. No momento em que há uma queda na popularidade do ícone maior do seu partido, que é a presidente Dilma (Rousseff), outros partidos começam a crescer. O Parlamento conquistou uma independência e uma autonomia nos últimos anos que não víamos há décadas”, diz ele.