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Campanha vai diagnosticar doenças negligenciadas em estudantes de Alagoas

12/08/2015
Campanha vai diagnosticar doenças negligenciadas em estudantes de Alagoas
Campanha contra Hanseníase, Verminoses e Esquistossomose acontece em escolas de todo o país com o objetivo proteger as crianças contra essas doenças; durante a campanha, os alunos serão medicados contra os vermes, com apenas um comprimido, e examinados (Foto: divulgação)

Campanha contra Hanseníase, Verminoses e Esquistossomose acontece em escolas de todo o país com o objetivo proteger as crianças contra essas doenças; durante a campanha, os alunos serão medicados contra os vermes, com apenas um comprimido, e examinados (Foto: divulgação)

A partir desta sexta-feira (14), crianças e adolescentes de cinco a 14 anos, estudantes da rede pública municipal e estadual, participam da Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses e Esquistossomose. A abertura da ação vai ocorrer às 10h, na Escola de Ensino Fundamental Eulina Alencar, situada na Rua Coaraci Fonseca, no bairro Jacintinho, em Maceió.
O tema deste ano é ‘Hanseníase, Verminoses e Esquistossomose têm cura. Faça essa lição de casa e proteja-se’. O intuito é prestar esclarecimentos sobre essas doenças aos professores, pais e escolares, por meio da parceria entre os profissionais da Saúde e Educação. A iniciativa visa, ainda, auxiliar no diagnóstico precoce, visando o tratamento imediato.
De acordo com a coordenadora estadual da campanha, Jean Lúcia dos Santos, a meta estadual é que 396.667 estudantes participem da mobilização. “Os 102 municípios alagoanos vão participar da iniciativa por meio de 2.217 escolas públicas. A escolha da faixa etária se deve ao período em que o público-alvo está mais suscetível a contrair a doença”, informou.
As ações da campanha incluem a busca ativa de casos de hanseníase por meio do ‘método espelho’, uma ficha de autoimagem que contém um desenho esquemático do corpo humano, no qual os pais ou responsáveis marcarão as lesões existentes na pele da criança e responderão a um breve questionário.
“Os alunos com lesões identificadas na pele serão encaminhados à rede básica de saúde para exame médico e confirmação ou exclusão do diagnóstico de hanseníase”, esclareceu a coordenadora estadual da campanha. Ainda segundo Jean Lúcia dos Santos, as outras estratégias são alcançar as metas de eliminação da esquistossomose como problema de saúde pública e reduzir a carga parasitária de verminoses, mediante tratamento quimioprofilático.
Para o tratamento das verminoses, todas as escolas que participam da Campanha vão administrar a dose única de Albendazol 400mg. Já a dose de Praziquantel 600 mg será ministrada nas escolas situadas em municípios com prevalência de esquistossomose e também conforme o peso do estudante.
A campanha contra Hanseníase, Verminoses e Esquistossomose acontece em escolas de todo o país com o objetivo proteger as crianças contra essas doenças. Durante a campanha, os alunos serão medicados contra os vermes, com apenas um comprimido, e examinados. No entanto, se os pais ou responsáveis não concordarem que seu filho participe da campanha, devem preencher um termo de recusa.

Epidemiologia

Dentre as doenças negligenciadas que são trabalhadas na campanha, as verminoses apresentam dores abdominais, diarreia, anemia, perda de peso, palidez excessiva, barriga grande e sangramentos intestinais. Em Alagoas, são 70 municípios endêmicos para verminoses, cuja população infectada é detectada na rotina de busca ativa dos portadores da doença. No período de 2010 a 2014, foram realizados 855.142 exames, dos quais 26,53% deram positivo para os três tipos de parasitas da doença.
A hanseníase apresenta manchas ou placas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, caroços e áreas do corpo com diminuição ou perda de sensibilidade. Em 2014, Alagoas diagnosticou 341 casos novos da doença, correspondendo a 66,86% dos casos esperados.
Já a esquistossomose é uma infecção adquirida quando as pessoas entram em contato com água doce que está infectada com as formas larvais de parasitas. Em Alagoas, 69% dos municípios compreendem a área endêmica da doença. No ano passado, os 161.257 exames realizados, 9.670 tiveram resultado positivo.