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Cantor Osman se prepara para gravar DVD com a trajetória de 40 anos

05/07/2015
Cantor Osman se prepara para gravar DVD com a trajetória de 40 anos

 

 

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

 

São quase 40 anos de carreira e muita história para contar. Nascido em Palmeira dos Índios, o cantor, compositor e multi-instrumentista Osman Araújo despertou o interesse pela música com apenas 12 anos, ao ver e ouvir o pai, José, tocar em uma das bandas mais badaladas da cidade: “Os Milionários”, que tinha como fundador o saudoso Genário Souza.
Ele contou que ficava sempre em um canto, quietinho, observando os músicos e os instrumentos executados por eles. Mas um, em especial, chamou a atenção do garoto curioso: a bateria. De tanto acompanhar os ensaios da banda que o pai tocava, Osman aprendeu, sozinho, a tocar bateria. E logo em seguida, o violão. “Meu pai me ensinou apenas algumas notas e em pouco tempo eu também já sabia tocar o instrumento. Acho que aquilo estava no ‘sangue’. Meu pai tocava cavaquinho, baixo e guitarra, e isso aumentou a minha vontade de tocar alguns instrumentos”, contou.
Em 1973, os filhos do “Milionário” Genário formaram o grupo Os Milionários Jr., composto por Genarinho Souza (teclados), Gilvan Souza (guitarra), Osman (bateria), entre outros integrantes. “Quando começamos a tocar eu tinha doze anos. Ainda tinha o Vevéu, no vocal, Zezildo, Zeilton, e outros amigos que davam suporte à banda. Foi uma época muito especial. Foi onde tudo começou”, lembrou Osman.
Em 1975, a banda Os Milionários ficou sem baterista. Foi a oportunidade que Osman encontrou para entrar de vez no mundo da música, e ainda ser remunerado por isso. “Foi nessa época que comecei a trabalhar de verdade, a viajar pelo interior alagoano e encarar a música como um trabalho digno, uma verdadeira profissão. E o melhor disso tudo era estar ao lado do meu pai. Claro que eu continuava, ainda, com os Milionários Jr., mas de uma forma mais leve”, declarou.
No ano seguinte, Osman entrou para o grupo palmeirense ‘Os Tremendões’, de Emanoel Morais. “Fiquei nos Tremendões durante seis anos, também junto com o meu pai. Mas aí, casei e me mudei para Maceió. Foi quando as coisas começaram a mudar na minha vida”, ressaltou.
Em 1992, o cantor foi chamado para fazer parte da banda Raízes, que entre outros músicos, também faziam parte dela: Almir Medeiros (sax), Pedro Ugá (baixo), Carlinhos (guitarra) e Rubênia (vocal). “Nessa época eu tocava bateria e também cantava. A banda era muito popular. Éramos contratados para fazer shows em todo o Estado de Alagoas. Já em outro momento, com outra formação da banda, compus a música ‘Raízes Tambor’, que foi bastante executada pelas rádios locais”, completou.
Além da banda Raízes, Osman se apresentou em várias casas noturnas e bares de Maceió. Até que surgiu um convite de um amigo e ele se mudou para o Rio de Janeiro. Na época (1989), ele tinha acabado de lançar o primeiro trabalho autoral de sua carreira, o LP “Tempo”. Com o disco em mãos, teve a oportunidade de mostrar as composições próprias nas casas cariocas onde se apresentava, como a “boate” Vinícius de Copacabana, a Bierklause e o extinto Café Nice, na Cinelândia, Centro do Rio. Este último, era famosíssimo por ter sido reduto das maiores expressões da música brasileira, como Ary Barroso, Noel Rosa, Cartola, Mário Lago, Pixinguinha e Donga. “Mas as saudades de casa e da minha família me fizeram voltar. Lá não era nada fácil. Tentei muito lançar a minha carreira como solo, como cantor, mas era difícil. E se naquela época foi assim, hoje é muito mais. Então voltei e retomei as atividades nos barzinhos da cidade, me apresentei em alguns festivais e lancei o meu segundo CD, Outros Caminhos”, afirmou o músico.
Com algumas parcerias e apoio, em 2001, Osman gravou o CD, chamado ‘Terceiro’. “Esse CD foi muito especial. Pude mostrar um trabalho mais maduro, onde produzi, compus, arranjei e toquei a maioria dos instrumentos nele. Agora, a minha pretensão é gravar um DVD dos meus quarenta anos de carreira para reeditar todas essas canções e reunir amigos especiais nesse projeto”, completou.

Festivais

Em uma das edições do Festival ‘Canta Nordeste’ (1985), Osman ganhou o prêmio de melhor intérprete com a música “Voo de Ícaro”, música dele e letra de Marcos Pelinho.
Em 1986, Junto com o produtor Sidney Adam, ele produziu e participou do festival Rock S.A., evento que reuniu dezenas de bandas de rock alagoanas, realizado nas cidades de Maceió, Arapiraca e Palmeira dos Índios. Ainda em 86, apresentou o show ‘Estrela Cintilante’, no Teatro Deodoro, em Maceió.
Em 2008, foi um dos finalistas do Festival de Música do Sesc/Maceió, com a canção ‘A Primeira’, composta para a filha mais velha, Annie Ivy.
No mesmo ano, participou do Festival de Música do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP) e foi o vencedor na categoria Melhor Música com a canção ‘De amor e Medo’, dedicada à filha mais nova, Laylla.

“Outros Caminhos”

Em 2009, Osman decidiu montar um negócio próprio e ficar apenas de ‘espectador’, no que se refere à música. Hoje, ele está casado pela segunda vez, é pai de três filhos e avô de seis netos. “Abri um restaurante chamado Quintal, na praia de Garça Torta, em Maceió. De vez em quando ainda canto, mas este espaço é reservado para a apresentação dos amigos. Muita gente boa se apresenta por lá. Viver de música em Maceió não é fácil; precisamos de outras alternativas”, destacou o cantor e empresário.
Ele disse, ainda, que as apresentações nas casas noturnas de Maceió se tornaram cada vez mais raras. “Não que eu queira isso. O cansaço bate, é claro. Mas está muito difícil, pelo menos para mim, encontrar casas noturnas ou barzinhos que ainda ofereçam espaços para a boa música, mas continuo na batalha, mostrando o meu trabalho. Agora, é me preparar para tentar gravar o DVD dos meus quarenta anos de carreira. Tarefa, eu sei, que não vai ser nada fácil. Vou precisar de apoio, para isso”, finalizou Osman.