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Atendimentos de pacientes psiquiátricos crescem a cada ano no Samu

01/06/2015
Atendimentos de pacientes psiquiátricos crescem a cada ano no Samu
Ocorrências psiquiátricas, atendidas pelo Samu, estão aumentando gradativamente (Foto: Carla Cleto)

Ocorrências psiquiátricas, atendidas pelo Samu, estão aumentando gradativamente
(Foto: Carla Cleto)

    Um levantamento sobre os atendimentos a pacientes psiquiátricos colhido no Setor de Pronto Atendimento e no Setor de Estatística do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), indica que a cada ano aumenta o número de atendimentos psiquiátricos.
Para se ter ideia, nos três primeiros meses de 2014 foram realizados 944 atendimentos (10,48/dia) e; no mesmo período deste ano, o número passou para 1.041, o que corresponde a 11,41 atendimentos por dia. Esse tipo de atendimento requer que o profissional tenha ainda mais sensibilidade, devido à situação de risco que ele corre, mas os profissionais estão aptos para fazer abordagem, segundo a coordenadora médica do Samu, Valdenice Oliveira.
Ela ressalta, que a Portaria 2.048 expressa sobre os atendimentos às urgências psiquiátricas, que devem ser realizadas pelos médicos nos casos de psicoses, tentativa de suicídio, depressões, síndromes cerebrais orgânicas.
“Para isso, os profissionais devem saber reconhecer sinais de gravidade das patologias psiquiátricas em situações de urgência na cena das ocorrências, além de descrever ao médico regulador os sinais observados nos pacientes em atendimento”, informou Valdenice Oliveira.
Segundo a coordenadora médica do Samu Maceió, o médico deve reconhecer a necessidade de acionar outros atores no atendimento às urgências psiquiátricas, quando implicar a segurança das equipes de APH (vítimas agressivas em situações e risco para si e para os outros), além de adotar medidas no manejo dos pacientes agressivos, psicóticos e suicidas.

    Atendimento Diferenciado

De acordo com a médica Martha Valente, que trabalha no Samu há mais de 10 anos, o atendimento a um paciente com alteração psiquiátrica tem que ser diferenciado e isso os profissionais fazem. Segundo ela, mesmo que o paciente não esteja agitado, é necessária a presença de policiais militares para conter fisicamente, caso seja necessário. Mas a família sempre questiona esse procedimento.
Martha Valente explica que a presença dos militares importante para garantir não só a integridade física do paciente, como também dos familiares, além da equipe de profissionais do Samu, caso haja qualquer tipo de agressividade. Isso porque, ainda segundo a médica, há muito preconceito com relação à pacientes psiquiátricos.
“Hoje, não se permite que o paciente seja sedado, apenas medicado para que a equipe de profissionais do Hospital Portugal Ramalho possa fazer uma avaliação mais precisa dos problemas do pacientes, esclareceu a médica. Ela salienta que os profissionais do Samu têm sido capacitados para atender esses pacientes, quando realizam o curso de Atendimento Pré-Hospitalar, através do módulo Emergência Psiquiátrica.

    Como ligar para o Samu

É necessário identificar-se, dizendo de onde está telefonando, indicando, preferencialmente, pontos de referência para que a equipe possa chegar ao local mais rápido. Se possível, o solicitante deve esperar no local da ocorrência; dizer qual o motivo da solicitação do atendimento, de forma sucinta e clara; responder, com exatidão, as perguntas feitas pelos técnicos de atendimento e médico regulador.
“Além disso, é importante fornecer endereço correto onde está a vítima; informar, em caso de acidente de trânsito, o número de vítimas e se há alguém preso em ferragens. É necessário evitar movimentar as vítimas do acidente, pois poderá agravar lesões especialmente de coluna cervical, e seguir atentamente as orientações passadas pelo médico regulador, enquanto aguarda a chegada da ambulância. É importante não desligar o telefone e procurar manter-se calmo durante o contato com o médico”, recomenda Marta Valente.

    Quando o Samu deve ser acionado

O serviço deve ser acionado, segundo protocolo do Ministério da Saúde, em ocorrências de acidentes de automóvel, moto ou bicicleta; na ocorrência de espancamento; em tentativas de suicídio; na ocorrência de problemas cardiorrespiratórios; em casos de trauma, intoxicação ou queimaduras; na ocorrência de quadros infecciosos; em trabalhos de parto; em crises hipertensivas (pressão alta); e casos de hipoglicemia (baixa taxa de glicose no sangue); em acidentes com produtos químicos perigosos; na transferência de pacientes graves de uma unidade hospitalar para outra, com a autorização do médico regulador.