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FPI do São Francisco realiza audiência pública nesta sexta-feira em Olho D’Água das Flores

29/05/2015
FPI do São Francisco realiza audiência pública nesta sexta-feira em Olho D’Água das Flores

  01  A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco realiza, nesta sexta-feira (29), a partir das 14h, uma audiência pública no Clube Social Municipal de Olho D’água da Flores para relatar as atividades que desenvolveu nas cidades sertanejas nas últimas duas semanas. O encontro também tem como objetivo orientar gestores públicos, empresários e trabalhadores a exercerem seus serviços sem danificar o meio ambiente, em especial, o “Velho Chico”.
    “A audiência pública é a oportunidade para a população e os gestores terem conhecimento do trabalho feito pela FPI na região. Serão divulgados todos os dados e informações coletadas durante a operação. Além disso, é uma oportunidade de se esclarecer a importância de que as atividades econômicas sejam desenvolvidas dentro dos ditames legais. Por fim, todos os órgãos integrantes da FPI se colocam à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários”, explica a promotora de Justiça Lavínia Fragoso.
    Entre os números e relatos mencionados pela coordenadora do programa, encontram-se os da Equipe Fauna. Ao todo, a FPI resgatou 1858 animais silvestres e exóticos, sendo que 94% deles foram soltos em áreas de proteção ambiental de Alagoas. Outras 4% espécimes foram encaminhadas a centros de triagem de animais silvestres para recuperação e posterior soltura. Os 2% restantes vieram a óbito por conta das más condições em que se encontravam.
    “Por mais encantador que seja o canto do galo-de-campina, ele sempre soa triste dentro de uma gaiola. Os animais silvestres têm de viver no seu habitat natural. Eles são diferentes dos animais domésticos, isso é fato. No entanto, vale ressaltar que a soltura sem controle representa um risco para as espécimes. Por isso, tal como ocorreu na libertação dos primeiros animais resgatados, nessa e nas etapas anteriores da FPI, tomamos uma série de cuidados prévios. Há a triagem, com identificação de problemas físicos e de comportamento, o tratamento para a reabilitação de cada animal e, só então, a reintrodução no habitat, caso avaliemos que ele está em condição de voltar para as matas”, lembrou o promotor de Justiça Alberto Fonseca.
    Foram 468 entregas voluntárias e 1.390 resgates por meio de força policial. Entre as espécies resgatadas, encontram-se tatu-peba, macaco-prego, jabutis e diversos tipos de aves, como golinha, galo-de-campina, xexéu, papa-capim, extravagante e cardeal. Os animais foram encontrados nos municípios de Santana do Ipanema, Olho D’água das Flores, Batalha, São José da Tapera, Pão de Açúcar, Palestina, Monteirópolis, Olho D’Água do Casado, Olivença, Jacaré dos Homens, Tanque D’Arca, Carneiro e Arapiraca.
    “Parabenizo a todos os integrantes da FPI do São Francisco, principalmente a Equipe Fauna. O que fizemos nesses dias está muito além de simplesmente trabalhar: nós doamos nosso sangue, suor e alma em prol de um objetivo único, que é salvar vidas. Poucas vezes vi profissionais deixarem seus problemas particulares no fim da fila para agirem de acordo com a construção de um planeta melhor”, exaltou o médico-veterinário e membro da Comissão Nacional de Animais Selvagens do Conselho Federal de Medicina Veterinaria, Isaac Albuquerque.

    Maior entrega voluntária

 3.1   Em Monteiropólis, ocorreu a maior entrega voluntária de animais silvestres da 3ª edição da FPI do São Francisco. Foram 180 animais, sendo 34 deles jabutis. A Equipe Fauna resgatou outras 73 espécimes de aves em residências localizadas às margens da rodovodia BR-316. O repasse dos animais às autoridades competentes ocorreu em todos os municípios sertanejos por onde a Fiscalização passou e realizou atividades de educação ambiental.
    O método de resgate foi o mesmo. Até às 16h, os detentores de animais silvestres poderiam repassá-los para o caminhão que a Polícia Rodoviária Federal disponibilizou para o programa e que ficava estacionado em local central da cidade. Depois disso, quem fosse pego com animal silvestre seria preso em flagrante de delito. A exceção foi Arapiraca onde os animais foram resgatados numa das feiras livres da cidade.
    As crianças que contribuíram com a entrega voluntária dos animais receberam o kit dos “Guardiões da Natureza”, com camiseta, botton e cartilhas educativas. “Os kits não são apenas mais um presente, mas também um compromisso de vocês com a mãe-natureza”, combinou a promotora de Justiça Lavínia Cardoso com o público infanto-juvenil que a ouvia.
    “Nosso trabalho aqui é conscientizar a população de que preservar os animais nos seus habitats naturais também se trata de uma questão de saúde pública. Quando eles permanecem nas matas, a natureza fica em equilíbro, evitando assim a proliferação de pragas. Queremos que todos os presentes repassem essa informação para seus vizinhos, amigos e familiares, de modo a trazer mais pessoas para a defesa do meio ambiente”, completou o biólogo Giuliano Nascimento, do Instituto de Preservação da Mata Atlântica (IPMA).

    Gincana de educação ambiental

  7.1  Durante a passagem da FPI do São Francisco em Monteiropólis, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (SEMARH) promoveu uma gincana ambiental com estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Ivone Mendes da Silva. O Instituto do Meio Ambiente (IMA), Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), IPMA e Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) também integraram a atividade.
    “A gincana teve diversos jogos de educação ambiental, ‘cine ambiente’ [exibição de filme relacionado ao meio ambiente], palestras repletas de informação e a produção de redações. No final do dia, destribuímos um jogo de memória com diversos temas que envolvem a preservação da natureza”, descreveu Domênica Didier, bióloga e gerente de integração de Integração do Meio Ambiente da SEMARH.
    Acompanhada da diretora-geral da escola, Edineide Novaes, a coordenadora pedagógica Susy Cléa Lisboa elogiou a iniciativa da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do São Francisco e defendeu a manutenção dos espaços de formação em educação ambiental como um processo contínuo.
    “O trabalho de conscientização da FPI funciona porque traz para as escolas informações e valores que partem da realidade dos estudantes, e não apenas de conceitos importantes, porém distantes do universo em que eles vivem. Nessa visita, os nossos alunos puderem conhecer um pouco mais sobre diversos assuntos relacionados ao meio ambiente, a exemplo das consequências do desperdício de água. Tivemos um dia muito proveitoso que, com certeza, contribuiu com a formação cidadã dos nossos alunos”, comemorou a educadora, ao lado da chefe que era só sorriso.