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Dança, teatro e música marcam atividades do Dia de Luta Antimanicomial

23/05/2015
Dança, teatro e música marcam atividades do Dia de Luta Antimanicomial
A Tenda Cultural da Ufal serviu de espaço para arte e diversas atividades que envolveram usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Fotos: Olival Santos)

A Tenda Cultural da Ufal serviu de espaço para arte e diversas atividades que envolveram usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Fotos: Olival Santos)

Para potencializar o lado criativo de pessoas com transtornos mentais e dependentes de álcool, crack e outras drogas, a Tenda Cultural da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) serviu de espaço para arte nesta sexta-feira (22). As ações, realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde, Conselho Regional de Psicologia, Secretaria de Saúde de Maceió, Ufal, Cesmac e Uncisal, fazem menção ao Dia de Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio.
Durante a ação, que fomentou a discussão da Luta Antimanicomial em Alagoas, proporcionando visibilidade ao movimento, muitos serviços foram ofertados. Além de uma feira de cuidados com verificação de pressão, avaliação nutricional e oficinas terapêuticas, os usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) realizaram apresentações artístico-culturais.
Entre os participantes da ação estava Claylton Oliveira, dependente de crack, que já passou por oito comunidades terapêuticas. “É um longo processo para se recuperar da droga, que deixa sequelas irreparáveis”, destacou Clayton, que é acompanhado no Caps ad III 24h Everaldo Moreira, localizado em Maceió, um dos serviços especializados para atender os usuários de crack, álcool e outras drogas em Alagoas.

Alerta

Para a psicóloga Márcia Wanderley, da Gerência de Saúde Mental da Sesau, a Política da Saúde Mental do Sistema Único de Saúde (SUS) visa à reforma psiquiátrica´, ou seja, “a inclusão das pessoas com transtorno mental na sociedade, em vez de um tratamento nos hospitais psiquiátricos”, afirmou.
“O tratamento não é mais o de um modelo asilar, e sim, a partir da inserção na comunidade”, reafirmou a psicóloga. De acordo com ela, entre os serviços disponíveis em Alagoas, estão os 55 Caps e 15 leitos de saúde mental, localizados nos hospitais de Murici e Rio Largo. A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) é outra iniciativa que, quando aprovada pelo Ministério da Saúde, vai ofertar diversos serviços pelas regiões de saúde do Estado.
Segundo a professora da Ufal Yanna Cristina Lira, a cada quatro pessoas, uma adoece mentalmente, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Essa é uma doença multifatorial e existe tanto pela predisposição genética quanto pela vida moderna, que leva ao estresse”, explicou, informando que alguns cuidados, como a mudança de hábito, podem evitar esse mal. “A linha entre a sanidade e a loucura é tênue”, acrescentou Yanna Cristina Lira.
Na segunda-feira (25), no auditório do Conselho Regional de Psicologia, localizado no bairro Farol, em Maceió, uma mesa redonda discutirá o tema A Rede de Atenção Psicossocial em Alagoas – Construção de uma Nova Prática em Saúde Mental. O evento será iniciado às 8h e terá como convidado especial o doutor em Ciências Sociais da Universidade de Campinas (SP) e diretor de Assistência à Saúde da Secretaria Municipal de Curitiba (PR), Marcelo Kimati Dias.