Panelaço desta terça se junta a outros três registrados contra a presidente Dilma
(Foto: globo.com)

    Gritos, vaias e batidas de panelas foram ouvidos na noite desta terça-feira, 5, durante e após o programa partidário apresentado pelo Partido dos Trabalhadores na televisão, das 20h30min às 20h40min (horário de Brasília).
Os protestos foram convocados pelas redes sociais e aconteceram em ao menos 18 estados (AM, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MT, PB, PE, PA, PI, PR, RJ, RN, RS, SC, SP), mais o Distrito Federal.
No programa, o PT disse que vai expulsar integrantes do partido se forem condenados pela Justiça.
Em março, outros “panelaços” foram registrados como protesto: no dia 8, durante discurso da presidente Dilma Rousseff em rede nacional; no dia 15, durante entrevista coletiva dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral); e, no dia 16, no momento em que o Jornal Nacional veiculava reportagens sobre a presidente Dilma.
Programa também provoca outra derrota do Planalto na Câmara dos Deputados
O programa do TV acarretou mais uma derrota para os petistas. Após a veiculação do programa, a Câmara dos Deputados votou a chamada PEC da Bengala, que agora vai ser promulgada e entrará em vigor imediatamente. Juízes de tribunais superiores passam a ter nova idade limite para permanecerem na ativa: 75 anos (e não mais 70 anos).
O PMDB e outros partidos aliados ficaram irritados com o conteúdo da propaganda na TV. Assistiram ao PT se apresentando como defensor dos trabalhadores, enquanto naquele exato momento os deputados começavam a votar uma medida provisória que endurecia o acesso ao seguro-desemprego no País – a pedido do governo que é do PT.
Deputados governistas estavam resignados com o revés iminente bem antes de o placar eletrônico de votação mostrar a vitória dos que foram a favor da PEC da Bengala. O grande comandante do processo de derrota de Dilma Rousseff, na avaliação de jornalistas que cobrem a Câmara, foi o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Estava tudo certo para que fosse votada na mesma noite de terça-feira uma medida provisória do ajuste fiscal.
A irritação maior de parte do PMDB foi com a fala do ex-presidente Lula, que apareceu no programa de TV dizendo que a Câmara dos Deputados estava retirando direitos dos trabalhadores por ter aprovado o projeto de lei que regulamenta a terceirização.