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Indonésia começa preparativos para execuções

24/04/2015
Indonésia começa preparativos para execuções
Rodrigo foi preso em 2004 ao tentar entrar no aeroporto de Jacarta com cocaína escondida em pranchas de surfe

Rodrigo foi preso em 2004 ao tentar entrar no aeroporto de Jacarta com cocaína escondida em pranchas de surfe

    A Indonésia deu início aos preparativos para a segunda onda de execuções de condenados à morte; entre os dez prisioneiros na lista de possíveis executados, está o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42.
Representantes das embaixadas que têm cidadãos no corredor da morte foram notificados pelo governo indonésio a comparecer neste sábado, 26, à prisão de Pasir Putih, que fica no complexo de prisões de Nusakambangan, em Cilacap (a 400 km da capital do País, Jacarta).
A Embaixada do Brasil em Jacarta foi uma das notificadas, assim como as da Nigéria e da Austrália. Um diplomata brasileiro já está em Cilacap, como também a prima de Rodrigo, Angelita Muxfeldt.
O governo da Indonésia ainda não anunciou a data de execução, mas a convocação sugere que a pena capital deve acontecer na próxima semana, já que, segundo a legislação do País, os prisioneiros e seus representantes (advogado e embaixada) devem ser informados com 72 horas de antecedência sobre a execução, que se dá por fuzilamento.
Foi assim com Marco Archer Cardoso Moreira, executado em janeiro. Na ocasião, o brasileiro soube três dias antes que seria executado. O advogado de Marco e um diplomata brasileiro só souberam da data de execução naquele momento.

    COCAÍNA

Rodrigo foi preso em 2004 ao tentar entrar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína escondidas em pranchas de surfe. Com ele estavam outros dois brasileiros; Rodrigo disse à polícia que a droga era toda sua, e seus colegas foram liberados. A condenação à morte aconteceu em 2005.
Em janeiro de 2015, o presidente Joko Widodo negou clemência a Rodrigo, o que o colocou na relação de próximos executados.
O brasileiro foi diagnosticado com esquizofrenia, o que fez a defesa tentar argumentar a fragilidade do estado de saúde dele para evitar o seu fuzilamento. Encarregada de levar adiante as execuções, a Procuradoria Geral da Indonésia chegou a avaliar Rodrigo, mas o laudo jamais foi divulgado, nem mesmo aos advogados dele ou à embaixada brasileira.
Segundo a Procuradoria, não há impedimento legal para executar um cidadão doente.
A última tentativa da defesa de livrar Rodrigo da morte aconteceu na última quarta-feira, 22. Seus advogados pediram à Justiça de Cilacap para que a prima do brasileiro ficasse legalmente responsável por ele, em razão da esquizofrenia.