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Hematologista orienta sobre esportes adequados para hemofílicos

18/04/2015
Hematologista orienta sobre esportes adequados para hemofílicos
A hematologista Verônica Guedes, do Hemoal, salienta que, entre as atividades físicas de baixo risco que podem ser praticadas por hemofílicos, estão os esportes aquáticos, seguidos do arco e flecha e do golfe (Fotos: Olival Santos)

A hematologista Verônica Guedes, do Hemoal, salienta que, entre as atividades físicas de baixo risco que podem ser praticadas por hemofílicos, estão os esportes aquáticos, seguidos do arco e flecha e do golfe (Fotos: Olival Santos)

A prática de exercícios físicos é uma recomendação cotidiana para garantir vida longa e com qualidade, segundo recomendam os educadores físicos. Mas, para os portadores de algumas doenças, como a hemofilia – cujo Dia Mundial é comemorado nesta sexta-feira (17) – as atividades físicas nunca foram enxergadas com bons olhos, uma vez que podem provocar lesões e causar incapacitações irreversíveis, já que a doença provoca deficiência na coagulação do sangue e pode resultar em deformações articulares. No entanto, segundo a hematologista Verônica Guedes, os hemofílicos podem praticar esportes, desde que tenham acompanhamento de um profissional e façam a escolha de modalidades que tragam baixo risco de acidentes.
A especialista, que atua no Hemocentro de Alagoas (Hemoal) – referência para o diagnóstico e tratamento da doença – e acompanha portadores das doenças do sangue há mais de 15 anos, explica que os hemofílicos podem adotar a prática de atividades físicas, desde que realizem o acompanhamento multidisciplinar. Verônica Guedes recomenda que eles também devem frequentar as consultas regularmente com um hematologista e, principalmente, seguir à risca a profilaxia, tomando os remédios recomendados e os fatores de coagulação do sangue, que evitam as hemorragias, principalmente em casos de acidentes e ao sofrer torções e lesões.
A hematologista do Hemoal salienta que, entre as atividades físicas de baixo risco que podem ser praticadas por hemofílicos, estão os esportes aquáticos, seguidos do arco e flecha e do golfe. Este último é o menos acessível, principalmente porque em Alagoas não existem espaços públicos para a prática desta modalidade esportiva, apenas em alguns condomínios particulares. Na sequência aparece o ciclismo, que é classificado entre baixo risco a moderado, seguido pelas danças, que são classificadas como de risco moderado.
Ainda com relação à prática de atividades físicas para portadores de hemofilia, Verônica Guedes cita o Guia do Cuidador, lançado no início deste mês pelo Hemoal, em alusão ao Dia Mundial da Hemofilia, que foi instituído em 17 de abril, por marcar o aniversário do fundador da Federação Mundial da Hemofilia, Frank Schnabel. “Quanto ao basquete, artes marciais como Tae Kwon Do e o vôlei, há risco moderado. Já o bicicross e as artes marciais como karatê, além do futebol, trazem grande risco para aqueles que são portadores da doença”, evidenciou a hematologista do Hemoal.

Recomendação

Verônica Guedes recomenda que, ainda antes de praticar qualquer atividade física, o hemofílico deve consultar o hematologista que o acompanha, sob pena de sofrer lesões que podem causar incapacitações irreversíveis. Isso porque, o principal sintoma da doença é o sangramento, que acontece dentro das juntas e músculos, reforçando a importância da detecção precoce, que é feita por meio de exames de diagnóstico, onde é medido o nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea.
A hematologista informa que em Alagoas a doença afeta 217 alagoanos e ainda é pouco conhecida da população. De acordo com a médica, os brasileiros de maior expressão acometidos pela hemofilia foram os irmãos Herbert de Souza (Betinho) e Henfil. Ela alerta para a importância do diagnóstico precoce, que faz toda a diferença para que o desenvolvimento do portador da doença não seja comprometido.
“Muitas pessoas vivem com sequelas irreversíveis, em razão de terem realizado o diagnóstico tardio, sofrendo hemorragias espontâneas e repentinas, ocasionadas ao caminhar, correr ou praticar algumas modalidades esportivas. Nos primeiros meses de vida surgem os sintomas, quando ocorrem as quedas e hematomas enormes, com intensa dor. Por isso, a importância do diagnóstico precoce”, orienta.