Geral

Brasileiro Rodrigo Gularte é executado na Indonésia

28/04/2015
Brasileiro Rodrigo Gularte é executado na Indonésia
 Preso em 2014, brasileiro Rodrigo Gularte foi executado nesta terça-feira, na Indonésia (Crédito foto: AFP)


Preso em 2014, brasileiro Rodrigo Gularte foi executado nesta terça-feira, na Indonésia (Crédito foto: AFP)

O brasileiro Rodrigo Gularte, 42, foi executado na Indonésia na madrugada desta quarta-feira, horário local, tarde de terça-feira, no horário de Brasília, segundo a emissora local TV ONE e o diário “Jakarta Post”. A informação foi confirmada à rede britânica BBC pelo advogado do paranaense. Ele havia sido condenado à morte por tráfico de drogas, e a pena foi executada por um pelotão de fuzilamento.
De acordo com a emissora 9news, da Austrália, outros sete condenados foram executados. A única mulher condenada, a filipina Mary Jane Veloso, não teria sido executada porque a pessoa que a recrutou para transportar drogas se entregou às autoridades.
O paranaense Gularte foi preso em julho de 2004, depois de tentar ingressar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005.
Ele é o segundo brasileiro executado no País este ano: em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado. Ele também cumpria pena por tráfico de drogas.
Gularte foi diagnosticado com esquizofrenia por dois relatórios médicos no ano passado. Em março, uma equipe médica reavaliou o brasileiro, a pedido da Procuradoria Geral indonésia, mas o resultado deste laudo não foi divulgado.
Familiares e conhecidos relataram que Gularte passava seus dias na prisão conversando com paredes e ouvindo vozes. Dizem que ele se recusava a tirar um boné, que usava virado para trás, alegando ser sua proteção.
Angelita Muxfeldt, prima de Gularte, passou os últimos meses na Indonésia tentando reverter a decisão. Ela esteve com ele pela última vez na tarde desta terça-feira, no horário local, horas antes da execução.
Angelita contou que não disse ao primo claramente o iria ocorrer, e que ele não sabia o que iria acontecer, apesar de ter sido informado no sábado (25) da execução iminente. Segundo a brasileira, ele sofre de delírios e não entendeu que seria executado, acreditando que ainda seria solto.

CRISE – Em janeiro, o fuzilamento de Marco Archer gerou uma crise diplomática entre o país asiático e o Brasil. A presidente Dilma Rousseff se disse “consternada e indignada” com o ocorrido e convocou o embaixador brasileiro em Jacarta para consultas.
Em fevereiro, Dilma decidiu adiar o recebimento das credenciais do novo embaixador da Indonésia em Brasília, para reavaliar a situação bilateral entre os dois países. Em represália, o Ministério das Relações Exteriores indonésio chamou de volta ao País o embaixador no Brasil, Toto Riyanto, e convocou para uma reunião o então embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, que deixou o comando da chancelaria indonésia em março.
A Indonésia reforçou suas penalidades por crimes de tráfico de drogas e voltou a realizar execuções em 2013, depois de uma pausa de cinco anos.