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AL desenvolve 1º Mapeamento Cultural do Patrimônio Imaterial do Brasil

06/04/2015
AL desenvolve 1º Mapeamento Cultural do Patrimônio Imaterial do Brasil
Tradicional feira nos municípios é uma das tradições das cidades alagoanas que irão contribuir com mapeamento das representações culturais do Estado; secretária Melina Freitas ressalta importância do projeto para Alagoas (Fotos: Natália Tavares e Márcio Ferreira)

Tradicional feira nos municípios é uma das tradições das cidades alagoanas que irão contribuir com mapeamento das representações culturais do Estado; secretária Melina Freitas ressalta importância do projeto para Alagoas (Fotos: Natália Tavares e Márcio Ferreira)

   Alagoas está sendo o campo do desenvolvimento do primeiro Mapeamento Cultural – Inventário e Salvaguarda – do Patrimônio Imaterial. O projeto está sendo realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), juntamente com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A primeira etapa do projeto corresponde ao levantamento preliminar de referências culturais dos 102 municípios alagoanos.
“Alagoas foi escolhido para fazer o projeto piloto do Mapeamento Cultural que será desenvolvido em todo Brasil. É um grande privilégio de reconhecimento da cultura alagoana”, relata a secretária de Estado da Cultura, Melina Freitas.
De acordo ainda com a secretária, o mapeamento vai contribuir com as futuras ações de políticas culturais em Alagoas. “A preservação das manifestações culturais é o nosso principal objetivo e é preciso essa catalogação para que seja estabelecida as políticas a serem empregadas”, afirma a secretária.
A cultura é a identidade do povo, seja em uma simples comunidade, um Estado ou uma nação. Segundo a arquiteta e técnica do Iphan Joelma Farias, o projeto tem o intuito de conhecer a história, crenças e costumes para registrar no processo de salvaguarda.
“O projeto do mapeamento é dividido em três etapas: a preliminar, os estudos de casos e a salvaguarda. Todo o bem registrado contempla a salvaguarda, uma maneira de preservar a cultura existente. Após dez anos do registro é feito uma reavaliação para ver se continua sendo uma prática cultural da comunidade”, explicou Joelma.
O convênio feito entre a Secult e o Governo Federal foi o financiamento por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com o investimento de R$ 1,8 milhão.
Para execução do projeto, foi firmado uma parceria com a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), que dispõe de grupos de pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para desenvolver o inventário.
Ir aos municípios, conhecer as histórias, conversar com a população e vivenciar as tradições são os ofícios dos três grupos de pesquisas escolhidos.
O Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem é responsável pela região das margens do Rio São Francisco, região Norte e Zona da Mata. Já o Grupo Nordestanças foi designado aos estudos do Agreste e sertão, incluindo a Bacia Leiteira. O mapeamento na região metropolitana de Maceió ficou a cargo do Grupo de Pesquisa Representações do Lugar.
Para a consultora de Patrimônio Imaterial do Iphan, Greice Lopes, diagnosticar um acervo imaterial é preciso ter um ato perceptivo diferenciado. “Ver com um olhar diferenciado, desvendar e explorar é preciso para extrair a essência da cultura local. Quando o acervo é material se torna mais fácil por ser algo físico, mas, quando se trata de imaterial, é preciso conhecer a história”, explicou a consultora.
A população e as secretarias municipais de cultura podem contribuir com o mapeamento ao informar as representações culturais do município através do site http://www.mapeamentoculturaldealagoas.com/.