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Segredos do Sucesso

31/03/2015

    Cristiano Lagôas  é o cabeça de um movimento empresarial intitulado Alta Gestão, cujo objetivo é aproximar executivos de alto escalão para que se obtenha administração mais eficaz.  Dentro desse escopo, ele lançou pela Editora Leader, de São Paulo, o livro “Segredos do Sucesso”, em que narra a vivência de 105 personalidades, nas suas atividades de gestores.
Faço parte dessa  relação e, no depoimento feito, explico o começo da minha atividade profissional: “Comecei a trabalhar aos 14 anos de idade, num escritório de joias na Avenida Rio Branco nº 120.  Ganhava 500 cruzeiros mensais, para dar expediente das 13 às 18 horas.  Era ofice-boy.  Fazia entregas.  Esse dinheiro permitiu que pudesse pagar a mensalidade do Colégio Vera Cruz, na Tijuca, onde fazia o ginásio, sempre como   primeiro aluno da turma.  O que sobrava dos 280 cruzeis de mensalidade, usava para despesas pessoais.  Voltava  para casa no bonde 66 (Tijuca) e à noite praticava esportes no América F.C. ou no Clube  Municipal.  Foi assim que pude me tornar um razoável atleta, praticando natação (tenho 56 medalhas), basquetebol (fui campeão carioca da 2ª. Divisão), futebol e futebol de salão.  Metódico, tinha tempo para tudo.”
E prosseguindo: “Mudei de vida das 18 anos de idade, quando fui contratado pela  Empresa Bloch, para trabalhar como repórter da revista Manchete Esportiva.  Primeiro salário: 5 mil cruzeiros mensais (na época, o salário mínimo era de 600 cruzeiros).  Passei a pagar o aluguel de casa, que era de mil cruzeiros.  O meu fiador foi o Adolpho Bloch.
Vivi muitos desafios, na carreira dupla de jornalista e professor. Jovem ainda, aos 23 anos de idade, fui convocado para ser o chefe de reportagem da revista Manchete.  No magistério, fui o mais novo catedrático do Brasil, na cadeira de Administração Escolar e Educação Comparada, na então Universidade do Distrito Federal, hoje UERJ.  Passei com 9,34 no concurso de  cátedra.  Construir o planetário do Rio, na Gávea, foi outro belo desafio.  Sempre que passo por lá, estufo o peito de orgulho.  Devo isso à inestimável ajuda do governador Negrão de Lima, a quem  servi, jovem ainda, como Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, o primeiro do país.
Se me perguntam qual a minha principal habilidade respondo que é a disciplina.  Outra, herdada da minha mãe, é a paciência.  A competência veio com o tempo.
Lidar com a greve do setor público de ensino, em  1979, como Secretário de Estado de Educação e Cultura, foi outra grande experiência.  Herdei a greve da minha antecessora.  Quando tomei posse, o sistema estava todo paralisado, embora na época fosse proibido ao servidor público fazer greve.  Dizia-se que a greve era ilegal, mas justa.  De fato, os professores ganhavam uma miséria.  O governador Chagas Freitas autorizou aumentos inéditos de até 1.000%.  Assim, conseguimos fazer justiça  à sacrificada categoria do magistério.”