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Morre Divaldo Suruagy, o maior líder político de Alagoas

21/03/2015
Morre Divaldo Suruagy, o maior líder político de Alagoas

IMG-20150321-WA0123Faleceu no final da tarde deste sábado (21), no Hospital Arthur Ramos, no Farol, o ex-governador de Alagoas Divaldo Suruagy. Ele tinha 78 anos e lutava há nove meses contra um câncer no estômago.

De acordo informações passadas por um assessor de Suruagy, o ex-governador estava em seu apartamento na Ponta Verde, passou mal e foi levado em uma ambulância para a unidade de saúde, onde não resistiu a uma insuficiência respiratória e veio a falecer às 17h45.
Suruagy descobriu um câncer no estômago em junho do ano passado e fez uma cirurgia para a retirada do tumor em julho, em São Paulo, onde passou 10 dias internado, e retornou a Alagoas. Já no final do ano, Divaldo Suruagy foi acometido por outro tumor no mesmo local e o quadro se agravou.
“Ele não chegou a tomar mais quimioterapia após a descoberta do novo tumor porque não adiantava mais. Há um mês e dez dias, ele contava com o atendimento domiciliar Home Care e a saúde piorou nesta semana. Hoje à tarde, passou mal e a equipe preferiu levá-lo ao hospital, mas ele morreu ao chegar lá. É uma perda para todos nós, infelizmente. Uma grande pessoa e um grande político, que fez muito por Alagoas”, lamentou o secretário particular.
O velório acontece no Campo Santo Parque das Flores, no Tabuleiro do Martins, onde também haverá o sepultamento, marcado para amanhã (22).

O maior líder político de Alagoas dos últimos 40 anos
Terra de grandes vultos políticos na cena nacional, Alagoas reservou um lugar de destaque para Divaldo Suruagy.
Ele era filho de Pedro Marinho Suruagy e Luiza de Oliveira Suruagy. Funcionário público municipal junto à Prefeitura de Maceió, trabalhou como servente, auxiliar de escritório e escriturário até se formar em Economia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em 1959. Ele chefiou a Divisão de Impostos Prediais e Territoriais, bem como foi professor e chefiou a Fundação Educacional. Por fim, chegou ao posto de Secretário-geral do município de Maceió, em 1962.
Presidente da Central de Abastecimento S/A (CEASA) e da Companhia de Silos e Armazéns de Alagoas, tornou-se afilhado político do governador Luiz Cavalcanti, que o nomeou secretário da Fazenda, cargo ao qual abdicou para disputar e ser eleito prefeito de Maceió pelo PSD, em 1965, naquele que seria o último pleito direto durante vinte anos.
Político campeão de votos, Suruagy cumpriu o seu primeiro mandato quando ingressou na ARENA e foi eleito deputado estadual em 1970, destacando-se tanto como líder da bancada quanto como líder do governo Afrânio Lages. Tamanho afinco garantiu sua escolha como cargo indicado de governador do estado, “cargo biônico”, pelo presidente Ernesto Geisel em 1974, e sua gestão como chefe do executivo assegurou sua eleição para deputado federal em 1978.
Membro do PDS a partir de 1980, foi eleito governador em 1982 nas primeiras eleições diretas para governadores do país no período da Ditadura Militar e, durante o curso de seu novo mandato, apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência da República, e, a seguir, ingressou no PFL em 1986, ano em que foi eleito senador.
Em 1994, foi eleito para o seu terceiro mandato de governador, quando já estava filiado ao PMDB. Entretanto, uma situação de grave crise político-financeira forçou sua renúncia ao cargo em 17 de julho de 1997, quando o seu vice-governador Manuel Gomes de Barros, Mano, tomou as rédeas do poder estadual.