O advogado palmeirense Everaldo Damião recebeu na última semana uma carta do papa Francisco, cujo teor lhe transmite benção apostólica.

O fato se deu por que no ano passado, em 26 de maio de 2014, data alusiva à Nossa Senhora do Bom Conselho, o advogado escreveu uma Carta ao Papa Francisco, propondo a Introdução de um Quinto Mistério na Oração do Rosário.

Sugeriu o advogado que Sua Santidade através de uma Carta ou Exaltação Apostólica, ou de uma Carta Encíclica, acrescentasse ao Rosário da Virgem Maria mais um Mistério de Veneração, assim como o fez o Papa João Paulo II, em 16 de outubro de 2002, com a Carta Apostólica “RosariumVirginisMariae”.

Na proposta enviada por Everaldo Damião ao Santo Padre, ele faz um resumo da existência do Terço Mariano desde 1883, quando o Papa Leão XIII reconheceu como Oração Católica uma tradição vinda do Mosteiro de São Domingos de Gusmão que admitiu entre seus confrades, a Oração do Rosário com três mistérios, popularmente conhecido como Terço.

No princípio, rezavam-se Três Mistérios (Gozosos, Gloriosos e Dolorosos). Mas, em 2002, o Papa João Paulo II acrescentou mais um Mistério na Oração – Os Mistérios Luminosos, mas não fez qualquer alteração na expressão “O Terço” (uma terça parte do Rosário).

Na sugestão de Everaldo Damião, aconselha-se o Papa Francisco a introduzir um “Quinto Mistério” (os Milagrosos) e pede a alteração da expressão – Oração do Terço – para outro termo – Oração do Quinto, uma vez que agora não são mais Quatro Mistérios, mas Cinco. Como sugestão, Everaldo Damião indicou ao Papa Francisco as seis dezenas a serem rezadas, semanalmente, nos dias de Terça-Feira, sendo que na 1ª Dezena, tem-se a Cura do Servo do Centurião (Mateus, 8:5-13); na 2ª Dezena, contempla-se a Cura do Cego Bartimeu, em Jericó (Marcos, 10:46-52); na 3ª Dezena, vislumbra-se a Pesca Milagrosa no Lago de Genesaré (Lucas, 5:1-11); na 4ª Dezena, relembra-se a Multiplicação dos Pães e dos Peixes (João, 6:5-13) e na 5ª Dezena, contempla-se a Ressurreição de Lázaro, na Comunidade de Betânia (João, 11:17-44).

Na opinião de Everaldo Damião é possível prevê a possibilidade da Oração e da Meditação do Rosário Mariano, em breve, ser compartilhado por todos os católicos em Cinco Mistérios ou Sinais Bíblicos distintos, compilados do Novo Testamento, a saber:

– Mistérios Gozosos (segunda-feira e sábado)
– Mistérios Milagrosos (terça-feira)
– Mistérios Gloriosos (quarta-feira e domingo)
– Mistérios Luminosos (quinta-feira)
– Mistérios Dolorosos (sexta-feira).

As reflexões enviadas ao Papa Francisco foram escritas pelo advogado Everaldo Damião, com supervisão do Monsenhor Odilon Amador dos Santos, da Diocese de Palmeira dos Índios (AL). O texto foi enviado ao Papa Francisco no mês de Setembro do ano passado, mas chegou à Cidade do Vaticano, exatamente em 16 de outubro de 2014, na mesma data em que o advogado sofreu um AVC Isquêmico (sem sequelas), durante seu trabalho como Procurador Jurídico, no prédio da Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios. (Leia abaixo na íntegra a proposta feita pelo advogado ao Papa Francisco).

“Proposta ao Papa Francisco da Introdução de um Quinto Mistério na Oração do Rosário:

MISTÉRIOS MILAGROSOS
(que contemplam os principais Sinais e Milagres de Jesus Cristo na terra)
Reflexão do cristão católico e mariano EVERALDO DAMIÃO.
26 de maio de 2014.
(Dia de Nossa Senhora do Bom Conselho)
OS MISTÉRIOS E AS REFLEXÕES DO SANTO ROSÁRIO
O Santo Rosário é uma prática religiosa de Devoção Mariana muito difundida entre os cristãos católicos, que o rezam tanto pública quanto individualmente. Consiste na recitação seriada de orações com o auxílio de uma corrente com contas ou nós, que recebe o mesmo nome. O rosário também compreende a contemplação de determinadas passagens da vida de Jesus e de sua mãe Maria que, segundo a Doutrina da Igreja Católica, são de especial relevância para a história da salvação e que recebem o nome de “mistérios”.

O Rosário foi inicialmente dividido em três partes iguais, com cinquenta contas cada e que, por corresponderem à terça parte, foram chamadas TERÇO. Cada terço compreende um conjunto especial de cinco mistérios: os gozosos, os dolorosos ou gloriosos. O papa João Paulo II, por meio da carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, de 16 de outubro de 2002, acrescentou uma nova série de mistérios, os chamados mistérios luminosos. Essa nova série de mistérios disponíveis para contemplação alterou o formato do Rosário, que agora sendo de 200 Ave Marias, ou quarto Terços de 50 Ave Marias, cada Terço.
A origem do Rosário remota a São Domingos de Gusmão, que segundo uma tradição recebeu essa forma em 1206, quando a Virgem Maria apareceu para ele e entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo.
Como nos dizia o Papa João Paulo II, o Rosário é o “compêndio da Bíblia”. Nele meditamos, em cada mistério, todas as passagens bíblicas: os Mistérios Gozosos (ou da Alegria), que refletem a Anunciação do Anjo até o encontro do menino Jesus no Templo de Jerusalém; Mistérios Luminosos (ou da Luz, da Sabedoria), que contemplam o Batismo de Jesus até a Instituição da Eucaristia); Mistérios Dolorosos (ou da Dor), que recordam a Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras até sua crucificação) e os Mistérios Gloriosos (ou da Glória), que relembram da Ressurreição de Jesus até a coroação de Nossa Senhora no Céu, segundo o Apocalipse).
Ao celebrar 24 anos de pontificado, em 16/10/2002, o Papa João Paulo II escreveu a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, onde acrescenta ao Rosário cinco Mistérios Luminosos (ou da Luz), inspirados na vida pública de Jesus.
Mas, em passado anterior, antes da introdução dos Mistérios Luminosos, por ordem do Santo Padre João Paulo II (com a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, de 16/10/2002), o Rosário era composto de apenas três Mistérios (Gozosos, Dolorosos e Gloriosos), por isso se dava o nome a cada Mistério de UM TERÇO (a terceira parte do ROSÁRIO).
Porém, com a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae de 2002, o Rosário foi ampliado para quatro Mistérios (Gozosos, Dolorosos, Gloriosos e Luminosos).
Desta forma, não nos parece mais convincente a Rezar UM TERÇO, mas simplesmente UM QUARTO (a quarta parte do ROSÁRIO). Porém, embora seja uma expressão correta, no verdadeiro sentido da palavra, UM QUARTO não soa bem aos ouvidos dos Devotos Marianos: “Vamos rezar um Quarto”. Portanto, os devotos continuando chamando de TERÇO para cada Mistério do Rosário, quando eles não são mais três, mas quatro Mistérios (Gozosos, Dolorosos, Gloriosos e Luminosos).
Contudo, segundo a Bíblia, os números UM, TRÊS, CINCO, SETE e NOVE são algarismos virtuosos e sagrados (UM representa um só DEUS; TRÊS simboliza a SANTÍSSIMA TRINDADE; CINCO são as Chagas de Cristo na Cruz; SETE são as dores de MARIA; e NOVE são os carismas ou dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo, também é o período meses da gestação humana de Jesus no ventre de Maria.
Por outro lado, sabemos que o CICLO SEMANAL DO ROSÁRIO se dá da seguinte maneira:
SEGUNDA–FEIRA – rezam-se os MISTÉRIOS GOZOSOS
TERÇA–FEIRA – rezam-se os MISTÉRIOS DOLOROSOS
QUARTA–FEIRA – rezam-se os MISTÉRIOS GLORIOSOS
QUINTA–FEIRA – rezam-se os MISTÉRIOS LUMINOSOS
SEXTA–FEIRA – rezam-se os MISTÉRIOS DOLOROSOS (repetição)
SÁBADO – rezam-se os MISTÉRIOS GOZOSOS (repetição)
DOMINGO – rezam-se os MISTÉRIOS GLORIOSOS (repetição)

Vê-se, pois, que a Ordem dos Terços na Semana não corresponde à sequência do Rosário que estudamos, os quais são: Mistérios Gozosos, Mistérios Luminosos, Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos.
Entretanto, na aplicação desta seqüência durante os dias da semana, Sua Santidade João Paulo II esclarece na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, que:
“Segundo a prática corrente, a segunda e a quinta-feira são dedicadas aos “mistérios da alegria”, a terça e a sexta-feira aos “mistérios da dor”, a quarta-feira, o sábado e o domingo aos “mistérios da glória”. Onde se podem inserir os “mistérios da luz”? Atendendo a que os mistérios gloriosos são propostos em dois dias seguidos –sábado e domingo – e que o sábado é tradicionalmente um dia de intenso caráter mariano, parece recomendável deslocar para ele a segunda meditação semanal dos mistérios gozosos, nos quais está mais acentuada a presença de Maria. E assim fica livre a quinta-feira precisamente para a meditação dos mistérios da luz.” (No Terço antigo se meditavam os Mistérios Gozosos na quinta-feira e, os Gloriosos no sábado) – Papa João Paulo II.

Ora, embora o Sumo Pontífice esclareça “que o sábado é tradicionalmente um dia de intenso caráter mariano, parece recomendável deslocar para ele a segunda meditação semanal dos mistérios gozosos, nos quais está mais acentuada a presença de Maria”. Nada impede que o Novo Papa da Igreja Católica, semelhante a Sua Santidade João Paulo II, faça introduzir mais um NOVO MISTÉRIO NO ROSÁRIO, de modo que possamos ter UM QUINTO do Rosário rezado na contempla dos “Milagres e Sinais de Jesus Cristo” na terra. Cuja oração deverá ser rezada nos dias de TERÇA-FEIRA (entre os Mistérios Gozosos (segunda-feira) e os Mistérios Gloriosos (quarta-feira). Senão, vejamos as reflexões de cada dezena do novo mistério:
5º TERÇO – MISTÉRIOS MILAGROSOS (terça-feira)
1ª Dezena – contempla-se a Cura do Servo do Centurião (Mateus, 8:5-13).
2ª Dezena – contempla-se a Cura do Cego Bartimeu, em Jericó (Marcos, 10:46-52).
3ª Dezena – contempla-se a Pesca Milagrosa no Lago de Genesaré (Lucas, 5:1-11).
4ª Dezena – contempla-se a Multiplicação dos Pães e dos Peixes (João, 6:5-13).
5ª Dezena – contempla-se a Ressurreição de Lázaro, em Betânia (João, 11:17-44).

Quanto ao Fruto do Mistério da 1ª Dezena – contempla-se a Cura do Servo do Centurião:
Entrando Jesus em Cafarnaum, dirigiu-se a ele um centurião, pedindo-lhe ajuda. E disse: “Senhor, meu servo está em casa, paralítico, em terrível sofrimento”. Jesus lhe disse: “Eu irei curá-lo”. Respondeu o centurião: “Senhor, não mereço receber-te debaixo do meu teto. Mas dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito à autoridade e com soldados sob o meu comando. Digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: Venha, e ele vem. Digo a meu servo: Faça isto, e ele faz”. Ao ouvir isso, Jesus admirou-se e disse aos que o seguiam: “Digo a vocês a verdade: Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé. Eu digo que muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos céus. Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”. Então Jesus disse ao centurião: “Vá! Como você creu, assim acontecerá!” Na mesma hora o seu servo foi curado. (Mateus, 8:5-13).

Quanto ao Fruto do Mistério da 2ª Dezena – contempla-se a Cura do Cego Bartimeu, em Jericó:
Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos, juntamente com uma grande multidão, estavam saindo da cidade, o filho de Timeu, Bartimeu, que era cego, estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Jesus parou e disse: “Chamem-no”. E chamaram o cego: “Coragem! Levante-se! Ele o está chamando”. Lançando sua capa para o lado, de um salto, pôs-se em pé e dirigiu-se a Jesus. “O que você quer que eu faça?”, perguntou-lhe Jesus. O cego Bartimeu respondeu: “Mestre, eu quero ver!” Disse Jesus: “Vá, a tua fé o curou”. Imediatamente ele recuperou a visão e seguiu Jesus pelo caminho. (Marcos, 10:46-52).

Quanto ao Fruto do Mistério da 3ª Dezena – contempla-se a Pesca Milagrosa no Lago de Genesaré:
Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a palavra de Deus. Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes. Jesus entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então, sentou-se e do barco ensinava o povo. Tendo acabado de falar, disse a Simão: “Vá para onde as águas são mais profundas”, e a todos ordenou: “Lancem as redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes”. Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixes que as redes começaram a rasgar-se. Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os barcos, ao ponto de começarem a afundar. Quando Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!” Jesus disse a Simão: “Não tenha medo; de agora em diante você será pescador de homens”. Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito, como também Tiago e João, os filhos de Zebedeu, sócios de Simão. Eles então arrastaram seus barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus. (Lucas, 5:1-11).

Quanto ao Fruto do Mistério da 4ª Dezena – contempla-se a Multiplicação dos Pães e dos Peixes:
Jesus levantou os olhos e viu que uma grande multidão vinha até ele. Então disse a Felipe: “Onde poderemos comprar pão para esse povo comer”? Dizia isto só para experimentá-lo, porque sabia o que ia fazer. Filipe lhe respondeu: “Duzentos denários de pão não bastariam para que cada um recebesse um pequeno pedaço!” Outro discípulo, André, irmão de Simão Pedro, tomou a palavra: “Aqui está um menino com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?” Disse Jesus: “Mandem o povo assentar-se”. Havia muita grama naquele lugar, e todos se assentaram. Eram cerca de cinco mil homens. Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes. Depois que todos receberam o suficiente para comer, disse aos seus discípulos: “Ajuntem os pedaços que sobraram. Que nada seja desperdiçado”. Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido. (João, 6:5-13).

Quanto ao Fruto do Mistério da 5ª Dezena – contempla-se a Ressurreição de Lázaro, em Betânia:
Quando Jesus chegou, já fazia quatro dias que Lázaro tinha sido sepultado. Betânia ficava perto de Jerusalém, a uns 3 quilômetros de distância, e muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para consolá-las pela morte de seu irmão. Logo que Marta soube da chegada de Jesus foi ao seu encontro, as passo que Maria ficou em casa. Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas mesmo agora sei que Deus te dará tudo que lhe pedires”. Disse-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará!” Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia. Jesus afirmou-lhe: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês nisso?” Marta respondeu: “Sim, Senhor! Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que vem ao mundo”. […] Chegando Maria onde Jesus estava, ao vê-lo, caiu-lhe aos pés e disse: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!” Vendo-a chorar e chorar também os judeus que vinham com ela, Jesus ficou profundamente comovido e conturbado. E disse: “Onde o colocastes”? Responderam-lhe: “Senhor, vem e vê!” Jesus chorou. Então os judeus comentaram: “Vede como ele o amava!” Mas alguns deles disseram: “Ele, que abriu os olhos ao cego, não poderia ter impedido que ele morresse?” Jesus ficou de novo profundamente emocionado e foi até o sepulcro. Era uma gruta, fechada por uma pedra. Ordenou Jesus: “Retirar a pedra!” Marta, irmã do morto, lhe diz: “Senhor, já está cheirando mal, pois já faz quadro dias…” Jesus respondeu-lhe: “Não te falei que, se acreditares, verás a glória de Deus?” Retiraram, então, a pedra. Jesus ergueu os olhos para o alto e disse: “Pai, eu vos agradeço porque me ouvistes. Eu sabia que sempre me ouvis; mas falo assim por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que vós me enviastes”. Depois destras palavras, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora”. O morto saiu. Suas mãos e pés estavam atados com faixas e seu rosto, coberto por um sudário. Jesus lhes disse: “Desamarrai-o e deixai-o andar”. Muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e presenciado o que Jesus fizera acreditaram nele. (João, 11:17-45).

No entanto, quanto à presença de Maria nesses acontecimentos, basta que se creia que a Mãe de Jesus não só andava com o Mestre por ser o único membro da sua família, já que ela não tinha pais, nem irmãos, nem outros filhos, mas, sobretudo, por ser Maria também uma das suas discípulas, que o acompanhou em todos os momentos, desde seu nascimento até a sua morte de Cruz.
Sendo assim é possível prevê a possibilidade da Oração do ROSÁRIO, em breve, ser compartilhado por CINCO MISTÉRIOS distintos, a saber:
– MISTÉRIOS GOZOSOS (segunda-feira e sábado)
– MISTÉRIOS MILAGROSOS (terça-feira)
– MISTÉRIOS GLORIOSOS (quarta-feira e domingo)
– MISTÉRIOS LUMINOSOS (quinta-feira)
– MISTÉRIOS DOLOROSOS (sexta-feira)

Oração e Meditação dos MISTÉRIOS DO ROSÁRIO MARIANO:

1º TERÇO – MISTÉRIOS GOZOSOS (segunda-feira e sábado)
1ª Dezena – contempla-se A Anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora.
2ª Dezena – contempla-se A Visita de Nossa Senhora à sua prima Isabel.
3ª Dezena – contempla-se O Nascimento do Menino Jesus em Belém, na Judéia.
4ª Dezena – contempla-se A Apresentação do Menino no Templo e Purificação de Maria.
5ª Dezena – contempla-se A Perda e o Reencontro de Jesus no Templo de Jerusalém.

2º TERÇO – MISTÉRIOS MILAGROSOS (terça-feira)
1ª Dezena – contempla-se A Cura do Servo do Centurião.
2ª Dezena – contempla-se A Cura do cego Bartimeu, em Jericó.
3ª Dezena – contempla-se A Pesca milagrosa no lago de Genesaré.
4ª Dezena – contempla-se A Multiplicação dos pães e dos peixes.
5ª Dezena – contempla-se A Ressurreição de Lázaro, em Betânia.

3º TERÇO – MISTÉRIOS GLORIOSOS (quarta-feira e domingo)
1ª Dezena – contempla-se A Ressurreição triunfante de Nosso Senhor Jesus Cristo.
2ª Dezena – contempla-se A Ascensão do Corpo de Jesus ao Céu.
3ª Dezena – contempla-se A descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Maria.
4ª Dezena – contempla-se A Assunção do Corpo de Nossa Senhora ao Céu.
5ª Dezena – contempla-se A Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra.
4º TERÇO – MISTÉRIOS LUMINOSOS (quinta-feira)
1ª Dezena – contempla-se O Batismo de Jesus no Rio Jordão.
2ª Dezena – contempla-se O Milagre nas Bodas de Caná e a Fé de Maria.
3ª Dezena – contempla-se O Anúncio do Reino de Deus, com Convite à Conversão.
4ª Dezena – contempla-se A Transfiguração de Jesus no Monte Tabor.
5ª Dezena – contempla-se A Instituição da Eucaristia na Última Ceia.
5º TERÇO – MISTÉRIOS DOLOROSOS (sexta-feira)
1ª Dezena – contempla-se A Agonia mortal de Jesus no Horto das Oliveiras.
2ª Dezena – contempla-se Jesus é açoitado e flagelado na Coluna Romana.
3ª Dezena – contempla-se A Coroação de Espinho em Jesus
4ª Dezena – contempla-se O Sofrimento de Jesus carregando a Cruz, rumo ao Calvário.
5ª Dezena – contempla-se A Crucificação e Morte de Jesus no Gólgota.

Aliás, São Bernardino de Sena (in Sermo VI in Festis B. M. V., De Annunciatione, a. 1, c. 2) anunciou que: “Toda graça que é comunicada a esta terra passa por três ordens sucessivas. De Deus é comunicada a Cristo, de Cristo à Virgem, e da Virgem a nós”.

Por sua vez, São Luís Maria Grignion de Montfort (1673 –1716), grande apóstolo de Maria Santíssima, escreveu: “A Santíssima Virgem revelou ao Bem-Aventurado Alain de La Roche que, depois do Santo Sacrifício da Missa, que é o primeiro e mais vivo memorial da Paixão de Jesus Cristo, não havia devoção mais excelente e meritória que o Rosário, que é como que um segundo memorial e representação da vida e da Paixão de Jesus Cristo”.

O Papa Bento XVI, em sua homilia na “Missa da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora”, no dia 15/agosto/2009, na Igreja de Tomás de Villanova, ao discorrer sobre o papel da Bem-Aventurada Virgem Maria na história da salvação, afirmou que “Maria é a estrela que nos guia em direção a Jesus”.

Ademais, não se pode separar Jesus Nazareno, o Cristo, da mãe e da discípula Maria Santíssima, por isso que o Evangelista Lucas narra um episódio marcante na Vida Pública de Jesus, em que as Mulheres Piedosas acompanhavam o Mestre na sua caminhada, “passando pelas cidades e aldeias pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus”, ao lado dos doze apóstolos. Dentre essas mulheres estava “Maria, chamada Madalena; Joana, mulher de Cuza; Suzana e muitas outras” (Lucas, 8:1-3). Certamente, Maria Santíssima, sua mãe, lá estava entre todas as mulheres.

Portanto, na vida pública de Jesus, Maria Santíssima, sua Mãe, aparece significativamente em todos os acontecimentos e em todos os milagres. Narra o Evangelista São João (2:1-5) que, “no terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a Mãe de Jesus estava aí. Jesus também tinha sido convidado para esta festa de casamento, junto com seus discípulos. Faltou vinho e a Mãe de Jesus lhe disse: “Eles não tem mais vinho!” Jesus respondeu: “Mulher, que importa isso a mim e a ti? Minha hora ainda não chegou”. A Mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: “fazei tudo o que ele vos disser”.

Na vida apostólica dos primeiros cristãos, após a Ressurreição do Cristo, Lucas narra no Livro dos Atos dos Apóstolos (1:13-14) que os discípulos “depois de entrarem na cidade de Jerusalém, subiram para a sala de cima, onde costumavam hospedar-se. Aí estavam Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de Jesus, e com seus irmãos”.

E não se pode esquecer a sua presença entre os Apóstolos no dia de Pentecostes e, mesmo antes, um dia antes de Pentecostes, quando Maria Santíssima, implorando com suas preces o dom do Espírito (o qual já havia lhe coberto com sua sombra na Anunciação), persevera em oração com as mulheres e os irmãos de Cristo (Atos dos Apóstolos, 2:1-4).

Como também no momento da crucifixão do Cristo, Maria Santíssima, sua mãe e discípula, estava junto à cruz de Jesus no Calvário, ao lado de Maria de Cleófas, a irmã da mãe do Mestre, Maria Madalena e João, o discípulo que ele amava (João, 19:25-27).

Sendo assim, depois da Santa Missa, o Santo Rosário é o instrumento de salvação eterna e o mais eficaz meio de proteção diária que nos foi oferecido pela Divina Providência.

O Rosário soluciona inúmeros problemas, assegura a salvação eterna e antecipa a implantação no mundo do Reino do Imaculado Coração de Maria.

Como o Rosário, desde o ano de 1200, vem concedendo milagres e sinais virtuosos em sua Devoção Mariana há de se reconhecer que já é hora de se introduzir mais um Mistério – OS MISTÉRIOS MILAGROSOS (ou dos Sinais e dos Milagres).
BIBLIOGRAFIA:
Bíblia Sagrada de Aparecida. Santuário: Aparecida (SP). 2ª ed., 2006, 1.920 p.
Bíblia: Novo Testamento. O Evangelho. Escala: São Paulo (SP), 128 p.
Documentos pontifícios sobre a Devoção ao Rosário. Oito (8) Publicações dos últimos dois séculos:
• Rosarium Virginis Mariae (16/10/2002): Carta Apostólica de João Paulo II.
• Marialis Cultus (02/02/1974): Exortação Apostólica de Paulo VI.
• Christi Matri (15/09/1966): Carta Encíclica de Paulo VI.
• Grata Recordatio (26/09/1959): Carta Encíclica de João XXIII.
• Ingruentium Malorum (15/09/1951): Carta Encíclica de Pio XII.
• Magnae Dei Matris (08/091892): Carta Encíclica de Leão XIII.
• Superiore Anno (30/081884): Carta Encíclica de Leão XIII.
• Supremi Apostolatus Officio (1º/09/1883): Carta Encíclica de Leão XIII.
Trabalho escrito por Everaldo Damião da Silva. Supervisionado pelo Monsenhor Odilon Amador dos Santos, da Diocese de Palmeira dos Índios, Alagoas, Brasil. 26 de Maio de 2014.”