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Paixão de Lêdo Ivo por Maceió marca a obra do ilustre escritor caeté

23/02/2015
Paixão de Lêdo Ivo por Maceió marca a obra do ilustre escritor caeté

Imagens de parte da trajetória do ilustre alagoano que se tornou jornalista, poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras; na 1ª foto, conversa com o amigo poeta Manuel Bandeira (Fotos: Acervo do Memorial Lêdo Ivo)

Imagens de parte da trajetória do ilustre alagoano que se tornou jornalista, poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras; na 1ª foto, conversa com o amigo poeta Manuel Bandeira (Fotos: Acervo do Memorial Lêdo Ivo)

   “Há muita magia verbal em seus poemas”. Essa foi a resposta enviada pelo escritor já famoso Manuel Bandeira, sobre os primeiros poemas de Lêdo Ivo. O retorno veio em forma de sentença, e o jovem de apenas 16 anos decidiu ir embora para o Rio de Janeiro em busca do destino escolhido.
Três anos mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro onde frequentava as rodas dos grupos de jovens poetas, sempre ao lado do amigo Manuel Bandeira. Inicialmente, estudou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, onde se formou, mas jamais exerceu a profissão.
Em verdade, ele foi conquistado pela magia da linguagem e mais tarde se tornou jornalista, poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta brasileiro e, reconhecido, tornando-se membro da Academia Brasileira de Letras, eleito em 13 de novembro de 1986 para a cadeira 10, sucedendo a Orígenes Lessa.
De acordo com o cineasta Werner Salles, conhecido não só pela qualidade de suas produções, mas por tratar de temas referentes à cultura alagoana, sua primeira obra audiovisual foi sobre o escritor.
“Sempre fui leitor e admirador de Lêdo Ivo e, por meio do documentário, ia divulgar a obra de um dos maiores poetas da língua portuguesa”, diz.
Imagem Peninsular de Lêdo Ivo, gravado em 2004, faz um passeio pelas lembranças afetivas do escritor. Durante dez dias, Werner Salles o acompanhou de perto, hospedado no sítio em Teresópolis e no apartamento no bairro de Botafogo, pertencente  ao escritor.
“À época, ele estava completando 80 anos, fui muito bem recebido e tive o prazer de ficar hospedado em sua casa. Ele era um personagem pronto e generoso”, afirma.

Veja abaixo o trecho do documentário:

    https://www.youtube.com/watch?v=U4bNanK-RUc

Lêdo Ivo, como ele mesmo costumava dizer, fazia parte da linhagem dos alagoanos que emigraram, mas amavam sua terra. Ninho de Cobras, livro de destaque, foi escrito sobre a época em que Lêdo deixou Maceió. A obra trata das intrigas e dramas que se entrelaçam na realidade política e violenta do período.
Mesmo afastado, a cidade natal sempre permaneceu em sua memória afetiva, basta observar a obra do escritor, onde ela é mostrada frequentemente. “Asilo Santa Leopoldina”, “Os sinos de Maceió”, “Minha Terra”, “Jaraguá” “Planta de Maceió”, “O barulho do mar”, são apenas alguns dos textos que retratam sua terra natal.
Sempre que visitava Maceió, Lêdo Ivo fazia questão de ir a locais marcantes em sua vida como a Praça dos Martírios, a antiga Rua do Macena, Farol de Jacutinga, o Cais do Porto, Jaraguá, e o mar da praia de Pajuçara com os currais de peixe muitas vezes mencionados em sua obra.
Além de Ninho de Cobras, da ampla obra destacam-se A Noite Misteriosa, As Alianças, Ode ao Crepúsculo, A Ética da Aventura ou Confissões de um Poeta, muitas delas traduzidas para outros idiomas e publicadas em vários países.
Parte do documentário de Werner Salles está disponível no Memorial que homenageia Lêdo Ivo, localizado no Palácio Floriano Peixoto, Centro de Maceió. O visitante pode ver parte da obra e da trajetória por meio de uma linha do tempo com objetos pessoais que fizeram parte da trajetória do escritor.
A entrada no Memorial é gratuita e as visitações podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 8hs às 17hs, e sábado, domingo e feriados das 13h às 17hs.