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Agricultores reivindicam reabertura de casas de farinha

13/02/2015
Agricultores reivindicam reabertura de casas de farinha
Casa de Farinha é um sonho antigo dos produtores locais. (Foto: Tércio Cappello/Arquivo)

Casa de Farinha é um sonho antigo dos produtores locais. (Foto: Tércio Cappello/Arquivo)

Cerca de 350 pessoas entre agricultores e lideranças políticas participaram do debate sobre os desafios do setor produtivo da mandioca, realizado no Planetário, em Arapiraca. Promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, o encontro idealizado para levantar as demandas do setor, foi monopolizado pela discussão do processo de fechamento das casas de farinha da região, em novembro do ano passado. O fato ocorreu durante a realização de uma Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), que reuniu o Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e o Ministério Público Federal, dentre outros órgãos.
Preocupado com o problema enfrentado pelas pequenas indústrias que são de base familiar e chegam a empregar em média 50 famílias, o secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, disse que o Governo está empenhado em capacitar e instruir tecnicamente os agricultores.
“Embora a competência da reabertura não seja da Seapa, estamos à disposição das famílias, para prestar orientações técnicas quanto ao cumprimento da legislação ambiental necessária para a liberação de funcionamento”, frisou Vasconcelos.
O gestor da Seapa também se comprometeu em promover um encontro entre os representantes do IMA e do Ministério Público para que sejam analisados todas as possibilidades legais de reabertura.
“Sei do empenho da atual gestão do IMA. Temos em comum, o propósito de fortalecer a agricultura familiar, apresentando soluções sustentáveis para os problemas que atingem as cadeias produtivas do setor agrícola”, reiterou o secretário.
De acordo com levantamento da Câmara Setorial da Mandioca das cinco casas de farinha, duas estão localizadas no município de Lagoa da Canoa e as demais em Girau do Ponciano.
“A interdição dessas pequenas unidades inviabiliza o setor produtivo da mandiocultura. Estamos hoje enfrentando uma queda no preço de mercado com custos altos de produção, essas famílias precisam retomar suas atividades”, avaliou Eloízio Junior, presidente da câmara.
Emocionada a agricultora de Lagoa da Canoa, Walquíria Neves, proprietária de uma das unidades fechadas relatou a dificuldades que ela e outras sete famílias. “Está muito difícil. Já providenciamos parte dos itens exigidos pela fiscalização. Não temos recursos para fazer todos os investimentos de imediato. Junto a consultoria do Sebrae elaboramos uma proposta de ajustamento de conduta, mas precisamos voltar a trabalhar”, declarou.

Demandas do Agreste

Ainda no encontro, o presidente do Sindicato Rural de Arapiraca, José Adailton Barros, entregou ao secretário Álvaro Vasconcelos um documento com as demandas do setor agropecuário da região Agreste. Entre as reivindicações estão à ampliação do serviço de assistência técnica e extensão rural para o desenvolvimento da fruticultura, mandiocultura, horticultura e crédito rural.
“Reconhecemos o potencial produtivo do Agreste. Vamos integrar a região ao Programa do Milho, incentivar a bovinocultura de corte, atendendo assim um mercado promissor, que é a produção de carne e as culturas estratégicas como a mandioca, horticultura e fruticultura”, ressaltou o secretario de Estado da agricultura.