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Biblioteca Nacional do Rio exibe desenhos de cartunista do Charlie Hebdo

15/01/2015
Biblioteca Nacional do Rio exibe desenhos de cartunista do Charlie Hebdo
Biblioteca Nacional expõe trabalhos do cartunista Wolinski, assassinado no atentado ao Charlie Hebdo, em Paris (Tânia Rêgo/Agência Brasil).

Biblioteca Nacional expõe trabalhos do cartunista Wolinski, assassinado no atentado ao Charlie Hebdo, em Paris
(Tânia Rêgo/Agência Brasil)

    Quadrinhos do cartunista George Wolinski publicados no Brasil podem ser vistos, desde ontem (14), em exposição na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. São desenhos cedidos para a revista Grillo, que circulou no país entre 1971 e 1973, em pleno regime militar. A mostra é uma homenagem ao desenhista morto no atentado de quarta-feira (7) ao jornal satírico Charlie Hebdo, na França.
Divididos em duas pranchas, no hall da instituição, os desenhos e tiras reúnem peças com reconhecimento político, anarquista e erótico. A maior parte é referente à personagem feminina Paulette, criada com o cartunista Georges Pichard e publicadas na Grillo. A revista, que chegou a ser censurada pela ditadura, integra o acervo da instituição.
“Paulette era uma mulher de vanguarda, livre, sensual, muito sensual”, destacou Renato Lessa, presidente da biblioteca. “Os conservadores e caretas podem não gostar”, adverte.
Biblioteca Nacional expõe trabalhos do cartunista Wolinski assassinado no atentado ao Charlie Hebdo em Paris. São 20 trabalhos publicados na revista Grilo, nos anos 1970 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A mostra em homenagem a Wolinski é uma manifestação simbólica em favor da liberdade de expressão e de criação. Segundo Lessa, o atentado contra o Charlie Hebdo procurou atingir também o humor, fundamental para estimular a crítica e o pensamento.
“Rir é uma virtude cognitiva. O humor surpreende, desloca significados cristalizados, alarga a sensibilidade”, salientou Renato Lessa na mensagem de abertura. “Por tal razão, a relação entre humor e liberdade é central para sociedades democráticas, nas quais nada deve ser sacralizado. Ninguém está a salvo do juízo crítico e da mordacidade”, acrescentou o presidente da biblioteca.