Política

Palmeira: as manobras para votar o “PCC de James”

03/12/2014
Palmeira: as manobras para votar o “PCC de James”

Sob a responsabilidade da Câmara de Vereadores a alteração da lei e criação do "trem da alegria". Três vereadores já se posicionaram contra. E o restante?

Nesta quarta-feira (03)  a Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios tem uma grande missão: votar o projeto de Lei do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) enviado pelo prefeito James Ribeiro (PSDB) há dois meses para a Casa Legislativa.

O problema é que o PCC tão sonhado pela classe de servidores da Educação vai de encontro aos anseios dos trabalhadores e até reduz salários de alguns profissionais da área.

E isso foi o bastante para que o SINTEAL protestasse com veemência contra o Projeto de Lei que tramita na Casa Legislativa.

Na última sessão – em meio a 200 sindicalistas que se aglomeravam no desconfortável prédio da Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios – os edis da base aliada ao prefeito – literalmente “correram” da pressão exercida na galeria da Casa em face da possibilidade de votação do projeto de lei.

Os vereadores que se ausentaram da sessão foram Salomão Torres (PSDB), Marta Gaia (PSDB), Sergio Passarinho (PMDB), Roberto Cândido (PMDB), Ernande da Saúde (PHS), Val Basílio (SD), Ronaldo Raimundo Filho (PRB).

Nos bastidores contam que o prefeito James Ribeiro (PSDB) está empenhado na aprovação do projeto e inclusive já “manobra” alguns membros da Casa Legislativa.

Uma dessas manobras teria atingido o vereador França Junior (SD) que pediu licença sem remuneração na última segunda-feira (1º).

francajrNo Facebook, alegando motivos profissionais o jovem edil, competente profissional do Direito, decidiu deixar o parlamento por tempo indeterminado (mesmo faltando duas sessões legislativas para encerrar o ano) por que não podia conciliar suas atividades profissionais com o parlamento mirim.

Mas um edil que não quis se identificar disse à reportagem que  “ o vereador França Junior tem uma irmã ocupando o cargo de Secretária de Meio Ambiente e caso votasse contra o prefeito em plenário poderia constranger a família”, afirmou.

Para quem não sabe o projeto que tramita na Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios foi rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara por unanimidade. Os três vereadores da CCJ França Junior (SD) e os petistas Sheila Duarte e Fabio Targino votaram contra o projeto de lei encaminhado pelo prefeito.

“E tendo votado contra o projeto de lei que tenta implantar o PCC na Comissão de Constituição e Justiça o vereador do Partido Solidariedade não poderia ser contra si em Plenário, teria que manter o voto. A saída foi a licença”.

edila

Édila Canuto

No lugar de França Junior (SD) entra a suplente Édila Canuto (PSDB). Já tendo assumido o mandato no lugar de Julio Cézar (PSDB) quando este foi candidato ao governo, a ex-secretária de Cultura não voltou ao cargo após o exercício do mandato.

Mesmo sendo do mesmo partido e da base aliada ao prefeito desde os tempos em que o mesmo era pobre (os sinais de progressão financeira do prefeito hoje são evidentes) Édila Canuto votou  em Dilma Rousseff contrariando o atual gestor, eleitor de carteirinha de Aécio Neves, que foi derrotado humilhantemente em Palmeira dos Índios.

Mas Édila tem um dilema. É professora. Foi diretora do Colégio Estadual Humberto Mendes e se votar a favor do “PCC de James” votará contra sua história e sua classe profissional.

Sheila (PT)  exigiu esclarecimentos do projeto que autoriza o crédito de R$590 mil para o Minha Casa, Minha Vida

Sheila Duarte

 Para a vereadora Sheila Duarte, “ a suplente  Édila Canuto (PSDB) se assumir o mandato tem um compromisso moral com sua classe e não pode votar contra. Ela tem que manter o voto de França Junior, senão ela estará se traindo”.

Qual seria a alternativa para o prefeito?

Nomear Édila Canuto (PSDB) de volta à Secretaria de Cultura e assim elevar a segunda suplente Elane Balbino (PSD)  à condição de vereadora. Mas Elane também é professora e não poderia ser contra a sua classe. Caso isso aconteça, Aerton Lessa que acumula as pastas de administração e Cultura e está gostando do ofício, ficaria com ‘muxoxos’, pois a cultura é um “paraíso”.

Pelo que se vê, o impasse está formado e as arrumações não passam apenas pela votação do “PCC de James”. A eleição da Mesa diretora também tem sua influência e está com o pleito marcado para o dia 10 de dezembro.

Mas isso é outra história. Aguardem!!