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Pleno do TJD exclui Palmeira dos Índios Futebol Clube da ‘Série A’ do Alagoano

06/11/2014
Pleno do TJD exclui Palmeira dos Índios Futebol Clube da ‘Série A’ do Alagoano

0207 Denilson - julgamento (LE) 0527O Palmeira dos Índios Futebol Clube está fora da série A do Campeonato Alagoano de 2015. Em julgamento realizado na noite desta quarta-feira (05), na sede da Federação Alagoana de Futebol, os auditores do Pleno do Tribunal Justiça Desportiva de Alagoas (TJD-AL) decidiram, por unanimidade, modificar a decisão da Primeira Comissão Disciplinar, que havia absolvido o time palmeirense da denúncia de inscrição irregular no caso dos “atletas veteranos”.
Com a nova decisão do Pleno, o time de Palmeira dos Índios está excluído do Campeonato Alagoano da Segunda Divisão de 2015. O clube que havia conquistado o acesso para a Primeira Divisão vai abrir vaga para outra agremiação caso não recupere os pontos em instâncias superiores.
Além da punição ao time palmeirense, baseada no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e nos artigos 14 e 15 da competição estadual, os auditores ainda mantiveram a condenação aplicada à federação, obrigada a pagar multa de R$ 10 mil por descumprir o artigo 220-A do CBJD. No entanto, o relator do processo e presidente do TJD-AL, Dartagnan Fireman de Araújo, em decisão monocrática, aplicou o acréscimo na pena de R$ 1 mil pelo efeito protelatório do recurso impetrado pela defesa da FAF.
Após a sessão, o presidente do Pleno fez uma avaliação do resultado do julgamento e ressaltou que os clubes precisam acabar com práticas que considerou ilegais e imorais.
– Esse julgamento é uma tentativa de melhorar a condição e profissionalizar mais o nosso futebol, e dizer aos clubes que tenham interesse em repetir esse tipo de atitude, de construir situações ilegais para participar de um campeonato, que aqui não vão encontrar guarida. O tribunal vai dizer não a essas imoralidades, e eu acredito que, com o alerta de hoje, a federação também vai dizer não.
De acordo com Dartagnan, com a decisão desta quarta, a classificação da Segundona será modificada, uma vez que os pontos conquistados pelo União se tornam nulos.
Esse julgamento é uma tentativa de melhorar a condição e profissionalizar mais o nosso futebol, e dizer aos clubes que tenham interesse em repetir esse tipo de atitude de construir situações ilegais para participar de um campeonato que aqui não vão encontrar guarida”
“Ele perde os pontos relativos a cada partida, porque ele entrou em cada partida de forma indevida. E o artigo 214 fala justamente sobre isso: a perda dos pontos máximos obtidos numa partida. Agora, a federação deverá decidir quem vai disputar a final da Segunda Divisão”.
Por fim, ele ainda fez questão de destacar que as irregularidades cometidas pelo União Palmeirense no estadual prejudicaram não só a equipe, mas a centenas de torcedores que esperavam ver o time na elite do futebol alagoano em 2015.
“Imagine você quantos torcedores foram levados a crer que o União Palmeirense iria para a tropa de elite do Campeonato Alagoano. Por isso, peço as minhas desculpas ao torcedor do União, mas foi o próprio clube que construiu essa situação, não fomos nós”, finalizou.
Após o julgamento, nem o presidente do União, Leninho Barros, nem o vice-presidente de futebol amador da FAF, João Batista, quiseram falar com a imprensa. Caso eles queiram recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o prazo é de três dias.
Entenda o caso
No último dia do prazo de inscrição de atletas no Campeonato Alagoano da Segunda Divisão, em 10 de setembro, o União contava apenas com 14 atletas no elenco. O regulamento exigia o mínimo de 18 e os dirigentes usaram de expediente ilegal para dar um jeitinho no problema: inscrever dirigentes, inclusive, o superintendente da federação, Roque Júnior, de 42 anos. Além dele, foram registrados no Boletim Informativo Diário da CBF o funcionário da FAF conhecido como Roberto Doido e os supervisores Lourinaldo Melo e Luiz Formigão, com respectivamente, 51, 59 e 56 anos, e obviamente sem condição física para atuar numa competição profissional. A Procuradoria fez a denúncia, e o clube foi absolvido no primeiro julgamento e condenado no segundo.