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MP vai investigar viagem de adolescentes ao Rio de Janeiro para participarem de clubes de futebol

01/10/2014
MP vai investigar viagem de adolescentes ao Rio de Janeiro para participarem de clubes de futebol

luizmedeiros10A 13ª Promotoria de Justiça da Capital, com atribuição para atuar na proteção jurídico-social da infância e da juventude – vai instaurar procedimento investigatório para apurar a ida de crianças e adolescentes para uma cidade do interior do Rio de Janeiro sob promessa de que eles participariam de testes para se tornar jogadores de futebol de clubes famosos. O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro já ajuizou uma ação civil pública contra o responsável pela viagem das vítimas e vai encaminhar cópia da ACP para o MPE/AL para que a instituição, aqui no Estado, possa ter subsídios para adotar as medidas cabíveis.
A investigação em Alagoas ficará a cargo do promotor de Justiça Luiz Medeiros, titular da 13ª Promotoria de Justiça da Capital. Ele vai convocar as crianças e os adolescentes que foram ao RJ com a promessa de participar da seleção para ingressar nos times de futebol, os pais deles e a pessoa responsável pela viagem. O homem foi identificado como Alan Nunes Silva.
“Como se deu a abordagem a esses meninos? Os pais deram autorização por escrito, permitindo a viagem? De que forma eles estavam sendo tratados? Havia alimentação? Estavam matriculados em alguma escola da cidade? E a empresa de ônibus que os transportou, verificou a situação da autorização? Será que esse veículo não era clandestino? Todas essas são perguntas que precisam ser respondidas. Queremos ouvir os pais, as vítimas e o responsável por tudo isso”, explicou o Luiz Medeiros.
Segundo ele, o procedimento será instaurado a partir da chegada da cópia da ação civil pública proposta pelo MP do Rio de Janeiro. “Esse material nos ajudará a dar os encaminhamentos necessários. Será através dele que teremos mais detalhes a respeito do caso”, acrescentou.

Desdobramentos
Como tem a missão de proteger crianças e adolescentes, Luiz Medeiros também informou que a 13ª Promotoria de Justiça da Capital poderá adotar providências em desfavor dos responsáveis pelas vítimas. “Como medida extrema, caso fique comprovado que os pais autorizaram a viagem sem conhecer o tipo de tratamento que seria dado aos seus filhos, submetendo-os a riscos, poderemos pedir a suspensão ou a extinção do poder familiar. Já com relação ao homem acusado de ter levado as crianças e os adolescentes para o Rio, se constatarmos que houve má-fé e dolo por parte dele, tendo o mesmo enganado a todo mundo, vamos encaminhar os autos a uma promotoria criminal para que ele seja responsabilizado na forma da lei”, detalhou o promotor de Justiça.
Dentre as 38 crianças, adolescentes e jovens, também há maiores de idade. Sobre estes, a 13ª Promotoria de Justiça da Capital encaminhará detalhes sobre o caso para uma Promotoria de Justiça de Família.