Cidades

Comunidade estudantil debate Plano de Educação em Piranhas

13/10/2014
Comunidade estudantil debate Plano de Educação em Piranhas

Alunos, professores, pesquisadores e profissionais    Alunos, professores, pesquisadores e profissionais da área de educação participaram da 4ª Audiência Pública Para Avaliação do Plano Estadual de Educação (2006/2015), realizada nessa quinta-feira (09/10), no auditório do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifal), na cidade de Piranhas.
De acordo com o coordenador do Fórum Estadual Permanente de Educação em Alagoas e um dos organizadores do evento, professor Juliano Brito, Alagoas terá um novo Plano Estadual de Educação (PEE), até meados do ano que vem.
“Por isso, nós estamos realizando essas audiências para debater com a comunidade estudantil e estudiosos no assunto as políticas públicas que queremos ver implementadas a partir de um novo Plano Estadual de Educação”, argumentou Brito.
Segundo ele, depois de elaborado, o novo Plano Estadual de Educação deverá ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado, para avaliação e posteriormente aprovação, substituindo assim o atual plano, consignado na Lei 6.757/2006.
Antes da cidade de Piranhas, o Plano Estadual de Educação foi debatido em outras três audiências públicas: em Maceió, São Miguel dos Campos e Palmeira dos Índios. Até o mês de novembro, as discussões prosseguem.

    AVANÇOS – Para a professora doutora em pedagogia Abdízia Barros, da Universidade Federal de Alagoas, o novo plano deve contemplar os avanços tecnológicos, a qualidade do ensino, a valorização dos professores e a melhoria das instalações das escolas.
“Nossas escolas precisam ser mais atrativas, equipadas, seguras e humanizadas, com professores melhores remunerados, valorizados e capacitados, para que nossos alunos possam competir em iguais condições com colegas do ensino particular”, afirmou Abdízia.
A pedagoga fez críticas às elites e aos governantes do Estado, que nunca deram a atenção devida ao ensino público. “É por isso que Alagoas ainda não superou o analfabetismo e amarga os piores indicadores sociais. Pois, a educação é a base de tudo”, completou a estudiosa.
Ela defendeu ainda maiores investimentos no ensino médio, para facilitar o acesso dos alunos das escolas públicas às melhores universidades. “Até 2010, apenas 25,2% dos alunos das escolas públicas chegavam às universidades públicas, 74,2% ficavam com os estudantes das escolas particulares”, afirmou Abdízia.
Segundo ela, o quadro só não é pior devido à política de cotas, introduzida a pelo governo federal nos últimos anos. “Esse quadro precisa mudar”, afirmou a estudiosa, lembrando uma fala do professor Jairo Campos, reitor da Uneal e presidente do Conselho Estadual de Educação: “Fazer ensino superior no Estado de Alagoas é um grande desafio. A universidade brasileira ainda continua muito elitista”.

   EJA – Quem também fez uma palestra sobre o ensino público foi o professor Ademir Oliveira, da diretoria de diversidade da Superintendência de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE).
Ele discorreu sobre os três eixos do atual plano que contemplariam a erradicação do analfabetismo, a universalização do ensino e a melhoria na qualidade da educação. “No combate ao analfabetismo o avanço foi pequeno, mas conseguimos aumentar o número de matrículas e melhorar o atendimento do Ensino de Jovens e Adultos (EJA)”, afirmou.
Para a diretora do Sinteal, professora Gislene Lázaro, o debate é importante, mas precisa contar com o engajamento maior da comunidade estudantil e dos agentes públicos.
“Defendemos a melhoria da qualidade do ensino, a valorização dos trabalhadores, do pagamento do piso salarial, a implementação do plano de cargo e carreira, os 10% do Produto Interno Público (PIB) para a Educação e um Plano Nacional de Educação que contemple todas as nossas conquistas”, afirmou a sindicalista.
Os alunos da Escola Estadual Xingó I também participaram do debate, fazendo perguntas e dando sugestões, durante a audiência pública. Eles reclamaram a infraestrutura da escola e da falta de alguns professores, demostrando preocupação com o final do contrato dos monitores antes do final do ano letivo.