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Professor da Uneal comanda descoberta de alimentos alternativos para galinhas

13/09/2014
Professor da Uneal comanda descoberta de alimentos alternativos para galinhas

Professor Fávio Sales (d) ressalta que a ração foi desenvolvida após diferentes tipos de experimentos (Foto: Ascom Uneal)

Professor Fávio Sales (d) ressalta que a ração foi desenvolvida após diferentes tipos de experimentos (Foto: Ascom Uneal)

  Desde 2004, o professor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Fábio Sales, trabalha com pesquisas que visam descobrir produtos alternativos para a alimentação animal. Docente do curso de Zootecnia, no Campus II da instituição, em Santana do Ipanema, ele e sua equipe têm alcançado resultados que podem transformar a própria cultura agrícola do interior de Alagoas.
Sua mais recente descoberta foi uma ração à base de mandioca que já é uma promessa para a indústria na área. Ainda em processo de patenteamento, o produto é uma mistura da raiz da mandioca combinada com as folhas e já tem nome: milho sintético. Isto porque a ração tem valores nutritivos equivalentes ao do milho original, utilizado tradicionalmente como alimento de aves. Fábio
Sales ressalta que a ração foi desenvolvida após diferentes tipos de experimentos. “É uma importante descoberta porque Alagoas não produz milho suficiente”, afirma.
O milho sintético poderá ser usado como uma alternativa para a alimentação de galinhas. Em Alagoas, a produção do cereal é baixa comparada a de outros Estados. No Paraná, por exemplo, são produzidas 160 sacas por hectare. Em Alagoas, são apenas dez sacas na mesma área. Caso utilize-se tecnologia avançada, este número sobe apenas para 40. “Este produto (o milho sintético) poderá ser fabricado em Alagoas já que a produção de mandioca é eficiente. ‘A mandioca passa a ser estratégica na alimentação de animais”, afirma o docente.
Outro ponto relevante da pesquisa refere-se ao uso das folhas da mandioca que, em geral, são desperdiçadas pelos agricultores. Como até agora ainda não havia uma aplicação rentável, a planta era cortada, as folhas secavam e eram simplesmente levadas pelo vento. Com o milho sintético, o desperdício será revertido em lucro, já que as folhas são um dos principais ingredientes do produto.
As pesquisas desenvolvidas na Uneal são compartilhadas com os agricultores familiares da região por meio do Programa de Avicultura Familiar (PAF) e ainda pelo Arranjo Produtivo Local Mandioca do Agreste.
Os experimentos são realizados pelo grupo de pesquisa “Sistemas de Produção no Semiárido”, composto pelos professores da Uneal, Fábio Sales, Eraldo Saturnino e Dácio Brito, além de ter colaboração de docentes do Ifal e da Ufal, de sete estudantes da universidade estadual e do doutorando egresso da instituição, Jussiede Santos.