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Metamorfoses programáticas

19/09/2014
Metamorfoses programáticas

    O Brasil é uma nação que tem se defrontado sistematicamente com o desafio de afirmar o seu presente, travando uma luta épica em defesa do seu futuro como processo civilizatório avançado, progressista, singular, herdeiro de uma dolorida, sofrida, jovem trajetória histórica, porém extremamente rica, desbravadora.
Encruzilhada que não é privilégio nosso, existe na maioria dos Países, atropelados por uma involução das esperanças coletivas, individuais semeada pela Nova Ordem mundial.
O Consenso de Washington, que inaugurou a primazia da centralização do capital financeiro, essencial às contrarreformas neoliberais, mergulhou grande parte da humanidade numa espécie de desconstrução dos grandes valores humanistas que surgiram após a catastrófica 2a Guerra Mundial.
O que se tornou hegemônico foi o  “Mercado” financeiro, o fenômeno da grande mídia absolutista, a glorificação da mercadoria, a cultura da celebridade vazia, a apologia ao imediatismo, do aqui, agora, a negação da solidariedade social, individual.
A superação dessa adversidade dá-se através da luta política, a elevação da consciência dos povos oprimidos por brutal concentração social da riqueza em mãos do capital rentista, da grande mídia que não informa, constrói ela própria sua esquizofrênica realidade, cria o fato e a réplica do fato, promove a agenda que convém a esse capital.
A realidade dos BRICS tem sido o principal alento como alternativa, superação dessa extorsão social, econômica, ideológica contra as nações, sociedades. As eleições no Brasil são parte essencial dessa gigantesca peleja.
Assim, a candidatura de Aécio, PSDB, é no fundo, a volta às práticas neoliberais ortodoxas do período de FHC.
Já Marina, vinculada ao fundamentalismo do “Mercado”, insinua-se como o novo no cenário mas representa, publicamente, a velha política do capital financeiro, da grande mídia hegemônica.
Suas metamorfoses programáticas, quase diárias, não são ao acaso, refletem o pragmatismo mais vulgar com vistas a confundir a opinião pública além de contrárias aos interesses nacionais, populares.
Para enfrentar forças tão poderosas, torna-se óbvia, necessária, a crescente, intensa politização da campanha, que fortaleça a organização social decisiva à vitória de Dilma Rousseff  nas eleições de 5 de outubro.