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Padroeiro do Sertão

05/07/2014
Padroeiro do Sertão

A Diocese de Palmeira dos Índios globaliza cerca de 33 paróquias, e se nota que noventa por cento das paróquias estão plantadas no sertão de Alagoas, na aridez sertaneja, onde a seca bate forte, gerando a fome e aumentando a pobreza, e a fé católica tem uma grande predominância em Santo Antônio que é padroeiro de quatro paróquias, a saber, Olho d Água das Flores, desde 1864, exatamente há cento e cinquenta anos, Jacaré dos Homens, Major Izidoro e Senador Rui Palmeira, cuja diocese tem por bispo, Dom Dulcênio Fontes de Matos; sendo o quarto prelado da diocese na escala ascendente.
O que ora escrevo neste artigo, não possui respaldo eclesiástico diocesano, apenas, apoio-me na fé católica do povo a santo Antônio, que predomina na região que o tem como padroeiro, aqueles que já visitaram a Europa, especialmente a cidade de Pádua, onde residem os resto, mortais do Santo, são unânimes em afirmarem cheios de fé, que depois de Jesus e Maria, santo Antônio é o santo mais conhecido e venerado do mundo católico, que mesmo tendo vivido uma curta existência, foi suficiente para imprimir seu amor a Deus e aos homens de seu tempo, a ponto de seu nome atravessar as fronteiras dos séculos para se perenizar na história, pois a hagiografia sobre sua preciosa vida é imensa.
Isto só e somente isto, já serve de boa fundamentação teológica e, sobretudo popular para o bispo proclamar santo Antônio de Pádua como padroeiro do sertão numa festa tão bonita quanto bela, para o povo sertanejo , que o tem como venerável pastor. Biograficamente, santo Antônio foi batizado com o nome de Fernando de Bulhões, tendo nascido provavelmente aos 15 de agosto de 1195, em Lisboa Portugal, vindo a falecer no dia 13 de junho de 1231, em Pádua, aos 36 anos de idade. O povo sertanejo tem uma verdadeira hiperdulia a santo Antônio como a Nossa Senhora, face seus milagres. A vida preclara desse santo está entremeada de fatos miraculosos atribuídos ao taumaturgo. Ora, se o bispo em consonância com o clero sertanejo, mormente, onde os municípios tem santo Antônio como padroeiro, e o povo tomarem a iniciativa de tornar santo Antônio de Pádua como padroeiro do sertão, certamente, seria aplaudido efusivamente, e com certeza, esses municípios sedes de paróquias, juntos, anualmente, farão uma bela festa católica do sertão, por ser também, o sertanejo um povo festeiro e devoto de santo Antônio. Lamentavelmente, o padre Clodoaldo Neto de Almeida Santos, vigário da Paróquia de Olho d’Água das Flores, onde santo Antônio chegou aos 20 de outubro de 1864, exatamente há 150 anos,que é padroeiro desta cidade, trazido pelos irmãos Ângelo e Gil de Abreu, de Bom Conselho, Pernambuco, cuja data tão significativa pelos católicos nunca foi comemorada e mais uma vez foi ignorada pelo padre, que sequer mencionou o assunto, deixando os católicos sem entenderem essa indiferença.
Mesmo não conhecendo toda trajetória do santo, o padre sabia do caso, porque este articulista o colocou a par do fato bem antes da realização da festa. (Toda essa odisseia está num livro que escrevi motivo para outro artigo). O objetivo da matéria em apreço é tentar motivar a autoridade diocesana junto à comunidade, se questionarem sobre o assunto, que poderá se constituir numa medida salutar para a região sertaneja.