O telefone registra 23h27 do dia 26 de junho. Foi neste horário que o prefeito de Viçosa, em Alagoas, Flaubert Filho, iniciou os pedidos de socorro pelo aplicativo de mensagens whatsApp.  Minutos antes ele tinha percebido a presença de pessoas estranhas em sua fazenda, forçando para abrir a porta da janela da cozinha.

De acordo com o relato do Boletim de Ocorrência, registrado na Delegacia Geral da Polícia Civil, em Maceió: O prefeito estava em sua fazenda, Mar Vermelho – AL, quando se dirigiu até a cozinha e percebeu que dois indivíduos, do lado de fora, forçava a porta na tentativa de entrar. No mesmo instante, os homens se dirigiram até a porta e janelas da lateral da casa e mais uma vez forçaram a porta para entrar.

Tendo a certeza de que realmente as pessoas estavam dispostas a adentrar em sua casa, Flaubert Filho se trancou na dispensa e enviou várias mensagens pelo telefone. “Foram 20 minutos de muita tensão.  Eu não ando com seguranças, nem tenho armas. Me tranquei num cubículo. Ao tempo em que passava mensagens pedindo apoio, passava um filme na minha cabeça. Achei que iria morrer, que a qualquer momento ia receber uma bala, mas Deus me livrou desta tragédia”.

O prefeito credita os fatos a motivos políticos. “Há alguns dias eu não freqüentava a fazenda, quem foi no local esperou o momento em que eu estivesse e meu carro tava na porta de casa, então eles tinham certeza que eu estava lá. Quando abri a janela da cozinha, os homens não se assustaram com minha presença”.

Na manhã desta sexta-feira, Flaubert Filho esteve com o delegado-geral de Polícia Civil de Alagoas, Carlos Reis, e com o chefe de gabinete do secretário Estadual de Defesa Social, onde informou o fato e lembrou que há dez meses sua esposa, Ana Paula Torres, teve o carro assaltado.

“É o carro que eu ando 24 horas por dia. O carro tem fumê e quando os assaltantes abriram a porta e deram de cara com minha esposa, tomaram o susto. Neste dia eu sai de Viçosa dirigindo este carro e minha esposa estava comigo. Ao chegar no em Maceió, desci no comércio e ela seguiu dirigindo até a nossa casa. Onde o chegar, foi cercada por quatro homens que levaram o carro. Logo em seguida abandonaram o carro e os pertences que estavam dentro. O que nos leva a conclusão de que eles esperavam que eu estivesse no carro. Fiquei assustado. Eu nunca vivi momentos tão difíceis como estes. Meu pai é político desde os anos 70 e também nunca sofreu atentados. Em menos de um ano já são dois episódios suspeitos. Por isso não imagino que era furto. Acredito na possibilidade de ligações políticas. Tenho sofrido muita perseguição. Espero que este crime seja elucidado”.