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Caso Diego Florêncio: Depoimento de testemunha pode mudar rumos do julgamento

12/05/2014
Caso Diego Florêncio: Depoimento de testemunha pode mudar rumos do julgamento

1421789_300         O júri popular dos três acusados da morte do estudante palmeirense Diego Santana de Florêncio, previsto para ocorrer na manhã desta terça-feira (13), na sede da 9ª Vara Criminal de Maceió, tem um personagem que pode mudar os rumos do julgamento.
Paulo José Leite Teixeira, o Paulinho do Cartório, Antônio Garrote da Silva Filho, o Toninho Garrote (filho da ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote) e Juliano Ribeiro Balbino irão sentar no banco dos reús.
Considerado a única testemunha ocular do caso, o jovem Thiago Limeira será decisivo para o desfecho do caso, quase sete anos após o assassinato de Diego Florêncio, executado com 12 tiros de pistola no centro da cidade de Palmeira dos Índios.
De acordo com o processo, Thiago Limeira, inicialmente, acusava Juliano Ribeiro Balbino como o autor dos disparos contra o amigo.
Mas em seu último relato na polícia, no ano de 2010, ele disse não ter certeza da participação de Juliano Ribeiro no crime.
A mudança no depoimento chegou a irritar a Promotoria de Justiça, e na ocasião o promotor Andresson Chaves ameaçou prender a testemunha por conta das contradições nos depoimentos.
A defesa dos réus já avisou, por meio do advogado Raimundo Palmeira, que vai se basear nesse e em outros pontos do processo para pedir a absolvição dos acusados.
Por outro lado, a acusação na época, através do advogado José Fragoso, alegou que a testemunha teria sido pressionada em seus depoimentos.
“Consta nos autos que a única testemunha, Thiago Limeira, não reconheceu Juliano como participante do assassinato”, acrescenta Palmeira, frisando ainda que a denúncia mais inexplicada é contra Toninho Garrote.
O advogado salienta que no processo a denúncia não explica como teria sido a suposta participação de Toninho no caso.
“Ele estava na companhia de um amigo e, quando soube da acusação do crime, ficou surpreso e disse que estava em Arapiraca, para se defender da denúncia, mas temos várias testemunhas comprovando que ele estava em Palmeira na presença de amigos”, esclarece Palmeira.
“Como pode um Conselho de Sentença se basear em suposições para condenar alguém”, questiona Palmeira, acreditando na absolvição de seus clientes.

TJ acatou pedido de transferência do julgamento

         O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) decidiu transferir de Palmeira dos Índios para Maceió o julgamento dos três acusados da morte do estudante Diego Florêncio.
O pedido de desaforamento do júri foi solicitado pela família do estudante e também pela Promotoria de Justiça, a pedido do promotor Marcos Mousinho, uma vez que o caso repercutiu muito nas cidades de Palmeira dos Índios e Estrela de Alagoas.
Diego Santana de Florêncio tinha 23 anos de idade quando foi assassinado. O jovem retornava para sua residência, na companhia de um amigo quando foi abordado por um homem e depois atingido por disparos de pistola calibre 380 na cabeça e tórax.
Diego chegou a ser socorrido para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.
Dias após o crime, a versão da família era de que o estudante foi assassinado porque havia tido um desentendimento com Paulinho do Cartório.
Com base nas acusações de familiares da vítima, em dezembro de 2007 foi desencadeada uma operação para prender os três amigos, que um mês depois se apresentaram aos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, em Maceió.

Declaração em rede social

           O prefeito de Estrela de Alagoas Arlindo Garrote escreveu um depoimento no facebook defendendo o irmão:  “Meus queridos amigos, essa terça-feira, 13 de maio, será um dia que ficará guardado na memória pelo resto da minha vida. Será o dia em que verei um dos meus irmãos sentado no banco dos réus, sendo acusado por um crime que não cometeu. Toninho nunca se envolvu em nenhuma confusão, pois sempre foi um jovem educado, comprometido com suas responsabilidades, prestativo e de um caráter desmedido. Até mesmo quem não é próximo da família conhece as qualidades dele. Mas, além de tudo, ele é meu irmão e isso dispensa comentários. É triste ver um jovem, que nunca cometeu nenhum ato ilícito, ser acusado sem nenhuma prova, e de forma irresponsável provocada por emoções e especulações. Acusações que muitos acreditam serem financiadas politicamente para denegrir o nome da nossa família”.

             Já a mãe de Toninho Garrote, a ex-prefeita Ângela Garrote também declarou no facebook:  “Todos me conhecem pela mulher forte e guerreira que sou. Mas por detrás de tudo isso, existe um ser humano, uma pessoa com sentimentos e com um coração sensível, um coração de mãe. Virou notícia na mídia que meu filho, Antônio Garrote (mesmo nome de seu pai, um homem de bem), mas carinhosamente chamado por todos de Toninho, foi acusado de estar envolvido no assassinato do jovem Diego Florêncio. Lamento o ocorrido, e como mãe entendo a dor e o sofrimento que a mãe do Diego está passando e querendo de toda maneira justiça. Se isto estivesse acontecido com algum dos meus filhos, eu estaria agindo da mesma maneira para que os criminosos pagassem pelo crime que cometeram. Toninho, que na época do crime que está sendo acusado tinha apenas 21 anos, sempre foi um menino tranquilo, educado e sem nenhum histórico de qualquer tipo de violência, mas, por circunstancias alheias às nossas vontades, seu nome foi citado como um dos envolvidos no bárbaro crime. Como mãe, não posso dizer que estou sentindo a mesma dor que a mãe do Diego está sentindo, mas meu coração está muito apertado por ver um dos meus filhos sentado no banco dos réus, sendo acusado de tirar a vida de outro jovem, coisa que tenho certeza que ele não fez”.