Os profissionais da área de beleza são mestres em desenvolver tarefas contínuas. Mas escovar o cabelo dos clientes, curvar-se para fazer maquiagens, pintar unhas ou desenhar sobrancelhas podem ser um entrave para a saúde.
Com o objetivo de levar informações a esses profissionais, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizou, nesta quarta-feira (9), uma ação educativa com os instrutores e alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), alertando que é preciso estar atento aos próprios hábitos.
Para adotar bons hábitos de saúde no ambiente de trabalho, é preciso encontrar maneiras de organizar a rotina, evitando o surgimento ou o agravamento de doenças ocupacionais, as conhecidas LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e Dort (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho). Esses agravos podem ocasionar dores no corpo, dormência, formigamento, alteração da sensibilidade, limitação dos movimentos ou sensação de inchaço.
De acordo com o médico do trabalho do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest), Juraci Roberto Lima, prevenir o surgimento dessas adversidades é a melhor alternativa. Para isso, os profissionais da beleza (depiladora, cabeleireira, manicure e maquiadora) devem praticar atividade física, alongamento, ginástica laboral e pausa compensatória.
“Saúde é um bem que não se pode comprar, então é importante incentivar a prevenção”, alertou o médico do trabalho. Ainda segundo Juraci Roberto Lima, não só os trabalhadores têm o seu papel quanto à adoção de boas práticas, mas as empresas também. “É fundamental que as instituições corrijam a posição dos móveis, promovam a ginástica laboral e encaminhem os pacientes”, orientou.
Os sintomas são os primeiros sinais para o encaminhamento dos trabalhadores da beleza aos profissionais médicos, seja ortopedista, fisiatra, fisioterapeuta ou psicólogo. O diagnóstico da LER/Dort possui quatro níveis, desde a orientação até os níveis que levam ao afastamento temporário ou mesmo definitivo. Já a recuperação é feita através fisioterapia, tratamento medicamentoso ou cirúrgico.

 Mudança de hábito – Para a cabeleireira e instrutora da área de Estética do Senac, Vilma Lima, o melhor remédio é a prevenção. “É pensando em garantir uma vida saudável no ambiente de trabalho que faço alongamento antes, durante e depois das atividades que exercito como cabeleireira”, disse. Vilma ainda relatou que, mesmo quando as dores já estão presentes, percebe que a prática desses exercícios diminui sua ocorrência.