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Codevasf participa de composição do Conselho Gestor da APA de Piaçabuçu

17/04/2014
Codevasf participa de composição do Conselho Gestor da APA de Piaçabuçu

    A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está participando do processo de recomposição do Conselho Gestor Consultiva da Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu, que engloba a região da foz do rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe. Uma reunião realizada nesta quarta-feira, 16 de abril, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Piaçabuçu (AL), entre instituições públicas e da sociedade civil integrantes da antiga formação do conselho destituiu a composição anterior e elegeu novos representantes para o colegiado.
Na nova composição estão instituições públicas e da sociedade civil, entre elas a Codevasf, Sebrae, Ufal, Chesf, Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura em Alagoas, Superintendência de Patrimônio da União, Banco do Nordeste, Prefeitura Municipal de Piaçabuçu, as associações dos moradores de Barrinha, da Potengi, do Pixaim, de Bonito e do Pontal do Peba.
Ficou definido ainda na reunião que o ICMBio, responsável por gerir a APA, irá convidar outros atores sociais que não estavam representados na reunião, a exemplo da Associação Aroeira Rosa e de empresários que atuam no território da área de proteção ambiental, para ampliar a participação da sociedade civil nas decisões do colegiado.
A posse dos novos membros e a primeira reunião com a recente formação do Conselho Gestor Consultiva da Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu deve ocorrer na primeira quinzena de agosto. A Codevasf será representada no conselho pela engenheira florestal Andrezza Silva, como membro titular, e pelo engenheiro agrônomo Pedro Melo, como suplente, ambos da Unidade Regional de Meio Ambiente da companhia em Alagoas.
A engenheira florestal da Codevasf em Alagoas destacou o papel da companhia no Conselho Gestor Consultiva da Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu e em outras unidades de conservação situadas na bacia hidrográfica do rio São Francisco no estado. “Um dos objetivos de criação da APA é proteger a região da foz do rio São Francisco. Então, como não poderia deixar de ser, a Codevasf deve estar inserida nesse processo em que todos os problemas são discutidos e as melhores decisões são apontadas. A renovação do conselho é importante, pois ele é o espaço no qual todos os atores atuantes naquela região vão estar participando das decisões. É um fórum de discussão do qual a Codevasf não poderia deixar de participar. Em Alagoas, a Codevasf também participa do conselho gestor da APA da Marituba do Peixe. Assim, em todas as unidades de conservação que estão localizadas na bacia hidrográfica do São Francisco em Alagoas, a Codevasf participa ativamente como um dos atores sociais”, afirmou.
Segundo a bióloga Irene Silva, analista ambiental do ICMBio, responsável pela condução da reunião, a recomposição do conselho é fundamental para envolver diversos atores do poder público e da sociedade civil na gestão da unidade de conservação. “Como se trata de uma unidade de conservação de uso sustentável, é importante conciliar as atividades socioeconômicas com a conservação dos recursos naturais. A APA possui essa finalidade, que é conservar e preservar a biodiversidade. Mas é necessário que a sociedade civil, que a população participe deste processo, pois é para ela que estamos realizando essa gestão. Com uma gestão individualizada não teríamos os resultados que alcançamos quando trabalhamos de forma participativa”, defendeu. Segundo a analista ambiental do ICMBio, serão 25 membros do conselho entre titulares e suplentes.
O pescador aposentado Milton Severino Pereira, 67 anos, foi um dos participantes da reunião, representando a comunidade Potengi de Piaçabuçu. Para ele, é necessário que a população respeite e preserve os recursos naturais da APA sob pena de destruição e escassez para as futuras gerações. Ele afirma que sempre busca orientar os pescadores da região para pôr fim a práticas que prejudicam a reprodução de espécies de peixes nativas da região, como o uso de redes com malhas finas que capturam animais ainda em crescimento.  “Sempre converso com meus colegas que a pesca de peixes pequenos em arrastão será um prejuízo para todos nós no futuro, para nossos filhos, para nossos netos. Essas atitudes somente dão prejuízo a classe da pesca. Isso não ocorre somente em Piaçabuçu, mas em outros locais como Sergipe. Tem uns que dizem que tem que acabar mesmo. É cruel ver essa situação”, lamentou.

 APA de Piaçabuçu

Criada em 21 de junho de 1983, a APA de Piaçabuçu é a primeira área de proteção ambiental de Alagoas e a segunda unidade de conservação mais antiga do estado. A delimitação da APA abrange tanto áreas rurais como periurbanas do município de Piaçabuçu.
Com 8 mil hectares de área, os limites ao sul da APA coincidem com a margem esquerda do rio São Francisco. Já os limites a leste estão na costa marinha, onde a APA, englobando um cordão dunar, em mosaico de vegetação rasteira e dunas móveis, limitados por uma extensa praia que liga a foz do rio São Francisco ao povoado do Pontal do Peba. O limite ao norte é a estrada que divide os municípios de Piaçabuçu de Feliz Deserto.
De acordo com o Plano de Manejo da APA, elaborado em 2010, o objetivo principal com a criação da unidade de conservação é assegurar a proteção de quelônios marinhos, aves praieiras e a fixação de dunas.
A gestão da APA de Piaçabuçu é definida no Plano de Manejo como participativa e deve ser conduzida por um conselho, que se reunirá periodicamente em busca de apresentar soluções para as ações prioritárias. A unidade de conservação é gerida pelo ICMBio, que mantém uma unidade no povoado Pontal do Peba em Piaçabuçu, dentro da APA.