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Educação promove III Encontro sobre Visibilidade Trans na Escola

30/01/2014
Educação promove III Encontro sobre Visibilidade Trans na Escola

    Na manhã desta quarta-feira (29), técnicos da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), secretarias municipais de Rducação e movimentos sociais estiveram reunidos no auditório do Tribunal de Contas de Alagoas para participar da terceira edição do Encontro Sobre a Visibilidade Trans na Escola. O evento tem como objetivo promover um diálogo acerca das ações para a inclusão de transexuais e travestis no ambiente escolar.
debate    A superintendente de Políticas Educacionais da SEE, Valéria Barros, falou da importância do espaço escolar para a formação de uma cultura de respeito à diversidade. “É na escola que a criança e o jovem entra em contato com a diversidade e, nós, como educadores, devemos atuar no sentido de conscientizá-los acerca da importância do respeito ao próximo, respeito às diferenças. A partir deste encontro, vamos rever o papel da escola diante destas questões”, afirma Valéria.

    Debates

Na ocasião, foi feita a apresentação das ações que a SEE promoveu nos últimos três anos em relação à temática da diversidade, o que, inclui, dentre outras atividades, formação com os professores, construção de referencial curricular para a promoção de uma educação inclusiva e a inserção de ações relacionadas a este tema no Plano de Ações Articuladas (PAR) 2014.
“A SEE promove uma aproximação entre os educadores e os movimentos sociais para a discussão de políticas públicas nesta área bem como para conscientizar as pessoas acerca da diversidade como um todo e como ela deve ser trabalhada na escola”, esclarece Maria Alcina Ramos, técnica da Diretoria de Modalidades e Diversidades da Educação Básica na SEE.

    Nome social

Um dos temas mais discutidos no encontro foi o parecer do Conselho Estadual de Educação (CEE) que dispõe sobre a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos documentos escolares. A medida, de acordo com os movimentos sociais, é essencial para que mais travestis e transexuais frequentem o ambiente escolar.
A estudante universitária Alessandra Santos conhece bem esta realidade. Ao participar de um concurso público, a jovem foi diversas vezes chamada pelo seu nome masculino de registro, o que rendeu constrangimento no momento da prova. “Em pesquisa para o meu trabalho de conclusão de curso na universidade, percebi que a grande maioria das travestis e transexuais estava fora da escola por causa de momentos desconfortáveis como este. A falta de estudos somada ao preconceito fecha ainda mais o mercado de trabalho e, infelizmente, muitas travestis e transexuais acabam sendo obrigadas a buscar na prostituição a sua forma de sobrevivência”, destaca Alessandra, que é aluna do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas.
A Escola Estadual Maria Ivone, no conjunto Inocoop, foi a pioneira na adoção do nome social para travestis e transexuais e hoje é considerada como modelo de inclusão social. “Mesmo antes de tomarmos conhecimento do parecer, adotamos esta medida na escola e percebemos o uso do nome social fazia com que nossas alunas travestis se sentissem acolhidas no ambiente escolar. Uma de nossas ex-alunas é uma pessoa muito presente na escola, sendo uma colaboradora que atua nas mais diversas áreas, desde a merenda até a matrícula”, conta Maria Celi Barbosa, que foi diretora da unidade escolar nos últimos quatro anos e hoje trabalha na coordenação pedagógica.