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Desertificação

31/01/2014
Desertificação

Muito já se disse e se escreveu sobre o sertão de Alagoas, porém muito mais ainda tem para se escrever, haja vista sua vasta área geográfica, seu bioma, suas condições climáticas, sua fauna e sua flora, suas peculiaridades, e sobretudo sua gente, tão trabalhadora quanto boa. A área sertaneja, engloba cerca 26 municípios, numa extensão de 8.633,10 km², com uma população superior a 432.667 habitantes e uma densidade demográfica de 50.12 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2.010). É uma região essencialmente seca, com um nível de chuva muito baixo, face também a escassez de árvores que possam atrair a chuva para a região. A pecuária e a agricultura, dominam o fator econômico, desdobrando-se na produção de leite e na fabricação de queijo, manteiga e o gado de corte, hoje com sistema consorciado dentro do plano do governo, que tem ajudado aos fazendeiros a se manterem com suas fazendas, gerando trabalho e renda para a região, enquanto isto, a agricultura está falida, os poucos incentivos do governo, não têm correspondido as expectativas dos agricultores, e de quebra, uma seca montada que vem se arrastando de 2.012 e todo 2.013, porque água no sertão continua sendo um grande problema, não obstante, esperar-se que o propalado canal do sertão venha a amenizar a situação tão aguda.
Enquanto isso a fauna e a flora, estão em extinção, por não existir um controle por partes das autoridades, a seca mata por um lado e o homem pelo outro, pela falta de conscientização, de que ele é o responsável maior e direto pela sobrevivência, tanto da fauna quanto da flora, visto ambas estarem ligadas intrinsicamente uma a outra. E a desertificação que cada dia aumenta mais, pela a ação depredadora do homem, devastando a caatinga, e consequentemente dizimando a fauna. Leio com vivo interesse nesse jornal na edição do dia três de janeiro, uma matéria onde o Banco do Nordeste, está com um projeto de pesquisa de tecnologia de combate à desertificação e convivência com o sertão e semiárido, com recursos de três milhões não reembolsáveis, vindos do Fundo do Desenvolvimento Científico e Tecnologia (FUNDECI). Ora, isto é uma notícia alvissareira para a região sertaneja/semiárido, porém é necessário que os gestores municipais corram à procura dessa verba, que tem prazo curto, a fim de investirem nesses pontos onde a desertificação se faz mais presente. Acho, contudo que, uma grande campanha de conscientização nas comunidades, ainda é o ponto mais importante nesse campo. O povo é quem deve ser orientado, para depois levá-lo a prática, o sertão reflorestado, mormente agora com a água do canal do sertão, poderá em um futuro bem próximo, se tornar um oásis, porque povo esclarecido é povo desenvolvido, o crescimento e o progresso de um povo está no seu conhecimento, Pitágoras escreveu: “aquele que sabe o que pode saber, é um iluminado entre os homens”, porque o cego embora, carregue uma luz, não vê, portanto, vamos juntos num conjunto de parcerias, salvar a região sertaneja que já se recente das ações do próprio homem e da natureza.