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Militares realizam assembleia para discutir cobranças ao Governo

15/11/2013
Militares realizam assembleia para discutir cobranças ao Governo
Militares realizam assembleia

Militares realizam assembleia

Durante assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (14), na Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), oficiais da Polícia e Bombeiros Militares de Alagoas discutiram sobre o realinhamento salarial da classe, assunto este discutido há três anos junto ao Governo do Estado, e que, segundo a categoria, não tem sido tratado como prioridade pelo Executivo. “Nossa categoria está passando por dificuldade e temos que exigir tratamento igualitário ao dado às outras instituições responsáveis pela segurança pública. Nossos salários estão defasados e o Governo do Estado não cumpre com nossos acordos”, disse o coronel Luiz Carlos, do Comando de Policiamento do Interior.
“O governador se comprometeu a realizar o realinhamento em dezembro, mas a pauta foi deixada de lado”, continuou o coronel.
Para o presidente da Assomal, major Wellington Fragoso, os militares precisam se unir na luta pelos direitos da categoria. “A gente precisa se unir mais e cobrar mais. O Governo não convence com a Lei de Responsabilidade Fiscal, porque o realinhamento salarial da Polícia Militar causaria o impacto insignificante de 0,34% na folha”, critica Fragoso.
Para o presidente do Conselho deliberativo da Assomal, coronel Ivon Berto, o descumprimento dos acordos mostra a falta de vontade política do Poder Executivo. “Não temos sequer a paridade salarial com os órgãos que compõem a segurança pública. O resultado dessa desvalorização é uma tropa desmotivada, gerando esse alto índice de criminalidade que vemos todos os dias nos jornais”, destaca Ivon.
“Nosso compromisso é com três milhões de habitantes e precisamos lutar pelos nossos direitos para ter uma tropa mais motivada a trabalhar pela segurança da sociedade”, continuou o coronel.
Além do principal foco da reunião, a união do oficialato, e também o realinhamento salarial, os oficiais decidiram marcar uma nova assembleia para a próxima quinta-feira (21), na Assomal, a partir das 14 horas, com expectativa de 500 participantes. “Na próxima reunião vamos decidir uma data para que os coronéis sigam até o Palácio do Governo para se reunir com o governador e discutir nossa pauta de reivindicações. Os oficiais ficarão na frente do prédio todos fardados em protesto contra a indiferença do Executivo com a nossa categoria”, conta o coronel Ivon Berto.
Ivon Berto e major Fragoso afirmam que vão exigir a construção de um presídio militar no Quartel da Polícia Militar, localizado no bairro do Trapiche. “O militar não pode ficar preso num presídio civil. Isso é inaceitável”, enfatiza Fragoso.
Na pauta que deve ser levada ao governador também estarão as cobranças pela aprovação da Lei de Promoção para os militares com mais de 30 anos de serviço. “A Lei tem que sair da ‘gaveta’ do Governo para ser votada na Assembleia Legislativa de Alagoas [ALE]”, explica Ivon.

Operação padrão
“Vamos começar com a operação padrão, interna e externa, que se resume no seguinte: o policial militar só sai com a viatura se estiver habilitado, devidamente treinado, armado e usando colete a prova de bala. As viaturas também precisam estar com emplacamento em dia, pneus em bom estado, inclusive os institores de incêndio devem estar em condições de uso, senão, o veículo não vai para a rua. Esta é a operação padrão interna. Na operação padrão externa seremos tão rígidos quanto a Lei Seca. Vamos fiscalizar a superlotação dos ônibus, exigir documentação dos carros abordados, qualquer pessoa armada será obrigada a mostrar a documentação de porte e garanto que não vamos aceitar ‘carteiradas’. Toda pessoa será tratada da mesma forma e é assim que iremos contribuir para a segurança publica com mais rigidez”, ressaltou coronel Ivon Berto.
“Não vamos admitir mais ‘arranjos’ nas questões da defesa da sociedade”, concluiu.
No fim da assembleia os militares lembraram ainda da criação do movimento “Luto Pela Sociedade”, onde os policiais e bombeiros passaram a usar pulseiras pretas em protesto contra a falta de atenção do Governo do Estado com a segurança pública.