Cidades

Agricultores conhecem novas técnicas de produção leiteira

30/10/2013
Agricultores conhecem novas técnicas de produção leiteira

Agricultores da região Agreste e do Baixo São Francisco participaram, nesta terça-feira (29), de um Dia de Campo na Fazenda Albuquerque, zona rural de Craíbas, para conhecer novas técnicas de produção leiteira e plantio de palma forrageira, principal alimento servido ao gado.agricultoresconhecemtecnicas
A ação fez parte do Projeto Balde Cheio, coordenado numa parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) e o Sebrae/AL. O projeto atende cerca de 500 pequenos produtores em todo o Estado. Eles estão mudando a forma de produzir leite, com a adoção de novas técnicas e assistência de profissionais, aumentando a renda e melhorando a vida.
A maioria dos agricultores que participaram da atividade não faz parte do projeto, mas ficou sensibilizada e decidida a adotar mudanças daqui por diante. Um deles foi Ediel Barbosa Lima. A propriedade dele também fica em Craíbas e ele disse que a primeira alteração que vai fazer será o plantio da palma. “Vou ter que me adequar. Aqui eu vi que posso produzir palma pra alimentar meus animais numa área bem menor que a que ocupo hoje”, destacou.
Segundo Ediel Barbosa Lima, durante o período mais crítico da estiagem, o custo na aquisição de silagem ou farelo é muito alto. “Com a palma, o custo para alimentar os animais diminui”, confirmou. Durante as atividades do Dia de Campo, o consultor do Balde Cheio, Sidney Bezerra, explicou os resultados obtidos no plantio de palma da Fazenda Albuquerque, que pertence ao agricultor Marcelo Albuquerque, um dos atendidos pelo projeto.
“Com um investimento médio de R$ 10 mil por hectare, foi possível obter aqui mil toneladas de palma em 3,3 tarefas de terra, o que é suficiente para alimentar até 66 vacas durante dez meses. Esse custo parece alto, mas é só no primeiro um ano e meio, quando é preciso investir em mão de obra, adubação, análise de solo e compra da semente de palma”, detalhou Sindey Bezerra. “Depois desse período, já é possível fazer o primeiro corte da palma, que rebrota, e os custos são menores. É um investimento que vale a pena, em relação à produção de leite que será garantida pelos animais bem alimentados”.
Para o secretário adjunto de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Henrique Soares, o Balde Cheio potencializa e difunde o conhecimento, especialmente em atividades como o Dia de Campo. “Aqui o conhecimento passa não só de técnicos para produtores, mas de produtores para outros produtores. Dessa forma, a Seagri e o Sebrae promovem mudanças no modo de praticar a pecuária de leite e os resultados estão aqui, foram todos apresentados hoje”, comentou o secretário.
O Projeto Balde Cheio foi desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste há 15 anos. Segundo o coordenador nacional, André Luiz Monteiro Novo, que participou do Dia de Campo em Craíbas, ele já está em 24 Estados e em todos os resultados são impressionantes.
Em seu depoimento, o produtor Marcelo Albuquerque contou que, antes de criar gado de leite, plantava fumo, mas teve de abandonar a atividade por questões de saúde. Quando iniciou na pecuária de leite, ele disse que teve mais prejuízos que benefícios. Mas, com a participação no Balde Cheio e a orientação dos técnicos, a situação melhorou, inclusive a renda.
“Se não fosse o projeto, eu teria saído do campo. Agora, anotamos tudo, todos os custos de produção. Hoje eu sei quanto gasto para produzir um litro de leite e quanto ganho em cada litro que vendo. A gente tem que esquecer muita coisa que fazia seguindo a tradição dos pais e avós e adotar a tecnologia e o conhecimento desse pessoal do projeto”, finalizou Marcelo Albuquerque que, devido ao sucesso no projeto, foi indicado a um prêmio do Sebrae Nacional, no qual ficou em segundo lugar na categoria de empreendedor rural.