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Sesau e Casal montam plano de ação para garantir qualidade da água fornecida à população e frear aumento da epidemia de diarreia em AL

25/07/2013

Para frear a epidemia de diarreia que já atingiu 77.727 alagoanos desde maio passado e levou 48 a óbito, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em parceria com a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), montaram um plano de ação.
Ele consiste em ações imediatas, que irão garantir um nível satisfatório de potabilidade da água que é fornecida pela concessionária pública do Estado às residências do Agreste e Sertão, onde estão concentrados os 25 municípios com a maioria dos casos da doença.
Entre as ações que já estão sendo realizadas pelos técnicos da Casal, está a limpeza e desinfecção dos reservatórios de distribuição de água localizados em Palmeira dos Índios, que concentra a maioria dos casos de diarréia (8.583).
Outra medida que já está sendo executada pelos técnicos da concessionária pública de água e saneamento do Estado, é o aumento da dosagem de cloro nas Estações de Tratamento de Água, já que segundo a direção do órgão, em pontos que ficam nos finais da rede de fornecimento, pode haver redução do cloro residual, que garante a desinfecção da água e consequente ausência de patógenos.
Neste sentido a recloração já está sendo realizada nos Povoados Serra da Mandioca, Canafístula e Santo Antônio, que estão situados em Palmeira dos Índios, e apresentaram níveis de cloro abaixo de 0,2mg/l, incompatível com o que determina a portaria 2.914 de 2011, expedida pelo Ministério da Saúde (MS).
“Outras medidas a serem implementadas pela Companhia de Saneamento de Alagoas dizem respeito à aquisição de medidores digitais para leitura em campo de cloro residual, que serão encaminhados paras as Regionais de Rio Largo, Palmeira dos Índios e Arapiraca”, segundo destaca o presidente da Casal, Álvaro Menezes, ao acrescentar que “serão realizados trabalhos de coletas periódicas de água para análises de forma conjunta entre Casal e Sesau, envolvendo técnicos das Secretarias Municipais de Saúde na ação”.
Com estas ações, segundo a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, a Casal e a Sesau esperam barrar o aumento da diarreia no Agreste e Sertão alagoano. Ela evidenciou, no entanto, que as causas da epidemia estão relacionadas às bactérias, vírus e parasitas, que foram detectadas na água proveniente de fontes alternativas, a exemplo de cisternas e cacimbas e de Serviços Autônomos de Abastecimento (SAES). “Desse modo, é importante que a população adote medidas simples de higiene, como cuidar da água, além de lavar as mãos e os alimentos, colocando hipoclorito se a água não for tratada e desinfectando caixas de água”, recomenda.
Para isso, a Sesau distribuiu 375 mil frascos de hipoclorito de sódio nos municípios em epidemia de diarreia, já que o produto é considerado desinfetante e capaz de inativar as bactérias patogênicas. “Duas gotinhas de hipoclorito de sódio são suficientes para tratar um 1 litro de água, que deve ser utilizado cerca de 30 minutos após a introdução do produto. No caso da água proveniente de fontes alternativas, a exemplo de cisternas, cacimbas e poços rasos, é importante também fervê-la, já que podem sofrer ação do lençol freático, contaminado pelos dejetos de fossas, em razão da falta de saneamento básico”, observa Sandra Canuto.

    Tratamento da diarreia – De acordo com a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, ao sentir os primeiros sintomas da diarréia, que é caracterizada pelo aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, acompanhada de náusea, vômitos, febre e dor abdominal, com duração de 2 a 14 dias, a vítima deve iniciar um processo de hidratação oral, que pode ser realizado por meio do soro caseiro, sais de reidratação, sucos e chás.
“Mas caso os sintomas não cessem, as pessoas devem procurar uma unidade básica de saúde, a fim de receber o tratamento adequado. Para isso, a Sesau enviou insumos para alguns municípios, além de soro para reidratação e antibióticos, que são utilizados nos pacientes em estado crítico, em razão da desidratação”, informa Sandra Canuto, ao ressaltar a parceria com o Ministério da Saúde, que enviou uma equipe técnica a Alagoas para realizar um estudo sobre os casos registrados.